por João Aloysio Ramos
Durante toda essa crise provocada pela pandemia de Coronavírus/Covid-19, acompanhar o noticiário das Organizações Globo tem exigido muito estômago ao observador mais atento. Não é novidade que o poderoso grupo e o presidente Bolsonaro não nutrem boas relações, isso todo mundo sabe. Desde a campanha eleitoral, a briga vem se desenrolando de modo acirrado. Mas, na cobertura da pandemia, principalmente, percebe-se que o esforço da emissora em denegrir e deturpar a atuação do presidente da República já tem se tornado algo acima dos limites aceitáveis à ética e ao jornalismo responsável, comprometido com a verdade dos fatos.
“Má-vontade” da Globo
Não defendo que a emissora, aliás, nenhum veículo de imprensa, adote uma linha editorial chapa-branca, a lamber botas, a puxar-saco de nenhum governante. Não é essa a questão. Porém, nos noticiários das Organizações Globo, em especial, o Jornal Nacional, tem sido perceptível a má vontade em relação a tudo o que se refere ao Governo Federal, principalmente, ao Presidente. Como qualquer político ou pessoa pública, Bolsonaro tem seus defeitos, que devem e merecem ser apontados. Mas, também, há acertos e medidas positivas em seu governo. Contudo, não se vê essa postura isenta da emissora, enfocando, também, as boas ações.
Pesquisa duvidosa
Na abordagem sobre a pandemia, por exemplo, a linha editorial da Rede Globo tem pegado muito pesado, mesmo, contra o mandatário do Palácio do Planalto, suscitando especulações entre a população de que a emissora empenha-se em enfraquecer a imagem de Bolsonaro mediante a opinião pública. Talvez, até, com o intuito de colaborar para defenestrá-lo do poder. Nos últimos dias, a emissora divulgou, por exemplo, uma pesquisa do Datafolha- um levantamento feito por telefone – com 1.511 entrevistados, apenas. No tal levantamento, houve queda na aprovação de Bolsonaro, em relação à emergência sanitária, e crescimento na aprovação do Ministério da Saúde, que seria mais que o dobro da do presidente. Ora, esse quantitativo de entrevistados seria realmente representativo da totalidade da população brasileira? Quem pode garantir que a pesquisa não tenha sido direcionada a redutos anti-Bolsonaro, feitas a “toque de caixa”? Quem ainda acredita cegamente em institutos de pesquisas deveria abrir os olhos sobre o que pode estar por detrás de determinados levantamentos feitos a toque de caixa para atender a interesses que não o verdadeiro reflexo da realidade.
Panelaços superestimados
A veiculação dos seguidos panelaços contra o presidente da República também é outro indicativo importante de que a emissora quer jogar a opinião pública contra Bolsonaro. Não se discute a obrigação da imprensa em noticiar fatos que realmente estejam acontecendo. Se há panelaços, é preciso noticiar. Entretanto, o enfoque faz toda a diferença. Os panelaços foram tão expressivos e contundentes, assim, como quis transmitir a emissora? Inclusive, para muitas pessoas houve manipulação das imagens, tendo se repetido à exaustão as mesmas cenas como se fossem algo maior que na realidade.
Fanatismo político é perigoso
Não considero saudável nenhuma forma de fanatismo político-ideológico. Acredito que abandonar a razão em troca de defesas cegas e apaixonadas é muito perigoso. Seja de direita, de centro, ou de esquerda, penso que todo cidadão deve abandonar posturas fanáticas em defesa de políticos e governos. Todavia, gostaria de ver mais honestidade e menos manipulação na cobertura jornalística de modo geral. Principalmente, em relação à Rede Globo. O que estaria acontecendo com a emissora para estar tão motivada em fazer oposição explícita, notória, ao governo Bolsonaro? Não é de hoje que se comenta que estaria insatisfeita com a perda de verbas federais que chegavam fartamente em governos anteriores…
Covid-19 nos morros cariocas
É interessante observar, também, que a Globo, quando incentiva a população a ficar em casa para evitar o agravamento da pandemia, aborda a questão de forma muito seletiva. Parece que se dirige somente às camadas sociais mais altas. Fala como se todo mundo tivesse condição de trabalhar em home office. Não se vê nenhuma colocação mais incisiva sobre as comunidades cariocas, onde as aglomerações de pessoas são absurdas, com ônibus e trens abarratodados. O isolamento social nessas comunidades seria possível? Onde estão os infectados por Covid-19 dos morros cariocas? A Globo parece ignorar essa realidade, adotando a campanha “#fiqueemcasa”, como falasse apenas às classes sociais mais altas. Desconfianças em relação à verdadeira preocupação com a saúde da população são inevitáveis. Ora, o interesse seria realmente conter a pandemia ou apenas incentivar a quebradeira do comércio, da atividade econômica e, assim, dar mais um motivo para derrubar o Governo Bolsonaro? Pois, o Covid-19 não escolhe classe social. E quem sofrerá as mais duras consequências poderá ser o povo das comunidades mais carentes que não podem se dar ao “luxo” de ficar em isolamento social em casa sem passar fome.
Perseguição ao governo Bolsonaro
Não sou daqueles que “santificam” Bolsonaro, alçando-o à categoria de “mito”, mas, também, não vejo motivos para demonizá-lo. Jair Bolsonaro costuma ter rompantes que desagradam, horrorizam, até, aos acostumados com discursos politicamente corretos, falas mansas e conversas conciliadoras. Assim como qualquer ser humano, o Presidente Jair Bolsonaro nem sempre acerta, há problemas e erros em seu governo. Mas, apresenta qualidades admiráveis como coragem para “peitar” adversários e dizer o que pensa, sem firulas, sem indiretas e palavras inexatas, desmascarando hipocrisias. Mas, para a Globo, tudo o que o homem faz e diz “é imoral, é ilegal ou engorda”. Assim, já é demais, chega a parecer perseguição franca e conspiratória.