Com um cenário mais favorável para o custo de vida neste início de ano, especialistas apostam que a inflação vai ficar dentro do que o Banco Central quer, uma taxa de 4,5% ao ano. Se esse valor se confirmar, será a melhor taxa desde 2009. Diante desse quadro, a expectativa é de que os juros no País também possam continuar a cair.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro ficou em 0,38%, resultado menor que o esperado pelo mercado financeiro e classificado como uma boa surpresa.
Para José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, esse resultado mostra que os choques, ou os piores momentos para o custo de vida, foram superados.
Em análise publicada por ele, a avaliação é de que o cenário continuará favorável nos próximos meses, o que deve permitir cortes maiores na taxa básica de juros. “Aguardamos queda de 1 ponto percentual na Selic”, afirmou. Na última reunião do Banco Central que definiu essa taxa, o corte foi menor, de 0,75 ponto percentual.
IPCA 2017
O economista Leandro Câmara Negrão, do Bradesco, publicou recentemente análise em que avalia que o preço dos alimentos deve contribuir de maneira favorável para levar a inflação para o centro da meta.
No texto, afirma que os primeiros indicadores de custo de vida divulgados neste ano “têm confirmado esse ambiente de alívio dos preços dos alimentos”.
A projeção do economista é de que o IPCA termine o ano “exatamente” no centro da meta, em 4,5%. “Na nossa visão, esse cenário para a inflação deve permitir que o Banco Central siga com o processo de redução da taxa básica de juros da economia”, ponderou.
Na Concórdia Corretora, a avaliação é de que inflação “estará no centro da meta em breve”, entre maio e junho deste ano. Para fevereiro, projetou a corretora, é possível o índice fique entre 0,35% e 0,40%.