Os deputados estaduais que integram o Bloco Parlamentar de Apoio à Agricultura Familiar na Assembleia Legislativa do Paraná – ALEP, encaminharam no dia 18, quinta-feira, um pedido ao prefeito de Curitiba, Rafael Greca, solicitando o retorno das feiras livres na Capital. Eles defendem as medidas restritivas mais rigorosas para evitar aglomerações, sim, mas lembram que o alimento é essencial para a população aumentar sua imunidade e que, assim como os supermercados, padarias e outros estabelecimentos comerciais em funcionamento, mediante restrições, a realização de feiras durante a pandemia tem respeitado normas e seguido protocolos de biossegurança bastante rígidos para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
No documento enviado, os parlamentares chamam ainda a atenção para os prejuízos que os feirantes tiveram na semana passada, quando foram surpreendidos pela decretação do lockdown na sexta-feira (12) à noite, após já terem colhido, preparado e carregado nos veículos de transporte toneladas de alimentos perecíveis, como hortaliças, pães artesanais, lácteos, entre outros gêneros alimentícios. A agricultura familiar, na ponta do abastecimento dos itens comercializados nesses espaços, tem sofrido um impacto muito perverso também da Covid-19, com a redução dos pontos de venda, a diminuição da renda, o aumento dos custos de produção dos alimentos e por não contar com nenhum tipo de auxílio emergencial nesse momento, que minimize os prejuízos.
“A bandeira vermelha, o chamado lockdown, é necessário no enfrentamento do caos que se estabeleceu na saúde pública, mas é possível implementar formas de controle para evitar a aglomeração, a exemplo dos supermercados”, disse a deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), líder do Bloco Parlamentar. “Pode-se restringir o acesso, limitar a quantidade de pessoas nos locais. É apenas uma questão de organização e de bom senso coletivo”, completou.
O pedido ao prefeito, que teve origem em uma sugestão do deputado estadual Goura (PDT), recebeu o apoio de todos os demais integrantes desse colegiado. “Vimos solicitar da administração pública municipal que os agricultores familiares, especialmente os permissionários das feiras orgânicas, possam comercializar seus produtos alimentícios, respeitando os protocolos de biossegurança”, diz o documento. “Que as alterações nas restrições não impeçam os agricultores de levarem alimento à mesa dos consumidores e que as pessoas que, por opção, frequentam apenas as feiras e não os supermercados não sejam impedidas de consumir alimentos mais saudáveis, oriundos da produção local ou regional”, conclui.