Para o prefeito Rafael Greca, a redução da mortalidade infantil é um dos mais importantes indicadores de saúde
Curitiba avança nas políticas de saúde e registra a menor taxa de mortalidade infantil de toda a sua história em 2019: 6,5 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos. O recorde foi apontado nos dados da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, divulgados na sexta-feira (6/3), no mês de aniversário de Curitiba, durante o evento anual da Rede Mãe Curitibana Vale a Vida, no Salão de Atos do Parque Barigui.
A redução da taxa chega a 25,3%, considerando o período desde 2016, último ano da gestão anterior, quando a mortalidade infantil estava em 8,7 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos.
Estimativas da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba mostram, ainda, que a diminuição da taxa de mortalidade, no período compreendido entre 2016 e 2019, implicou numa redução de 93 óbitos de crianças até 1 ano, no total.
Para o prefeito Rafael Greca, a redução da mortalidade infantil é um dos mais importantes indicadores de saúde.
“A cidade é o berço, é o começo do caminho, o lugar onde a gente vem ao mundo e onde precisa ser feliz. É dever da prefeitura e dos serviços públicos estabelecidos na cidade cuidar das pessoas”, disse o prefeito.
De acordo com a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, os resultados são frutos de um trabalho consistente realizado desde o início da gestão do prefeito Rafael Greca. “Esses resultados não foram alcançados ao acaso, por sorte. Viemos trabalhando diuturnamente para diminuir a mortalidade infantil em Curitiba, desde o primeiro dia que assumimos”, afirmou.
Em 2017 e 2018, a taxa foi de 8,3 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos.
“O resultado de 2019 coroa os esforços realizados nos primeiros dois anos de gestão, de estruturação e reorganização do sistema municipal de saúde”, explicou a secretária.
Rede Mãe Curitibana Vale a Vida
Uma das principais ações implementadas durante esta gestão foi a reestruturação da Rede Mãe Curitibana Vale a Vida. Na atual gestão, a Rede teve protocolos atualizados, reforço do acompanhamento pré-natal e da vinculação da gestante ao local do parto.
Com as mudanças, a Rede teve, ainda, várias outras melhorias, como inclusão de nova estratificação de risco das gestantes, atualização de medicamentos, ampliação de exames e realização de pré-natal odontológico.
Na parte de atualização de medicamentos, houve ampliação de suplementos vitamínicos e antibióticos disponibilizados às gestantes. Houve, ainda, a inclusão de exames no protocolo, como teste de hepatite C, TSH, que avalia o funcionamento da tireóide, e Streptococcus agalactiae, que aponta a possibilidade de infecção bacteriana.
Outra grande novidade foi a inclusão do pré-natal odontológico para as gestantes, o que ajuda a evitar prematuridade dos bebês, e o estímulo e apoio à participação do pai no pré-natal, estimulando os vínculos.
Além disso, agora as gestantes são classificadas em alto, médio e risco habitual. Até então, a classificação era apenas alto e habitual. Essa mudança ajuda a melhorar a linha de cuidado, para que cada gestante tenha o atendimento mais preciso ao caso dela.
Segundo Márcia, o cuidado cada vez mais próximo e personalizado faz a diferença. “Os resultados provam que esse atendimento específico em relação a cada caso possibilita uma gestação mais saudável e, consequentemente, a redução do risco de óbitos infantis por causas evitáveis”, explica.
A dona de casa Juliana Guimarães de Lima, 34 anos, mãe dos gêmeos Aysha e Allan, de 5 meses, é um exemplo deste atendimento mais de perto. Com uma gestação de alto, ela diz que ser mãe curitibana fez toda a diferença para que seus bebês nascessem saudáveis. “O acompanhamento foi excepcional. Começou com o consultório na rua, posto de saúde e depois hospital. E até agora sou acompanhada”, conta.
Outra ferramenta que impacta na redução da taxa de mortalidade infantil é o Comitê de Análise de Óbitos Infantis Evitáveis, criado em 1987, que apura as mortes, evita subnotificações dos casos e colabora para orientar o município quanto à forma de atingir melhores indicadores.
Capitais
Os dados mais recentes e consolidados do Datasus, do Ministério da Saúde, são de 2018. Naquele ano, com 8,3 óbitos a cada 1.000 nascidos vivos, Curitiba mantinha a taxa de mortalidade infantil mais baixa entre as capitais com mais de 1 milhão de habitantes. Só Florianópolis, com 7,7, tinha um índice inferior. A média nacional era de 12,2. A taxa é calculada conforme o número de óbitos até um ano de idade.
Países
Não há dados recentes da taxa de mortalidade infantil por países. Mas para efeitos de comparação, a taxa de 2019 em Curitiba está no patamar de países como Chile, Uruguai e Estados Unidos, que gira em torno de 6 óbitos a cada 1 mil nascidos vivos, considerando estimativas destes países para 2018, que é a mais atual. O levantamento é da UN Inter-agency Group for Child Mortality, grupo composto pela Unicef, Organização Mundial da Saúde, Banco Mundial e Nações Unidas.