Foi dado mais um passo no processo para a implantação de um novo sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) entre Curitiba e o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). No dia 8, o Governo do Estado, por meio da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e as prefeituras de Curitiba e São José dos Pinhais apresentaram o consócio de empresas que vai elaborar os estudos técnicos e de viabilidade para a implantação do novo modal do transporte coletivo entre os dois municípios.
A apresentação aconteceu durante reunião técnica realizada no Gabinete de Gestão Integrada (GGI) do Palácio Iguaçu, com a participação do vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel. Em janeiro, no período em que foi prefeito interino da capital, Eduardo Pimentel assinou contrato com o BNDES estabelecendo a parceria, durante um encontro realizado na sede do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
“Estamos agora dando o pontapé para um projeto estruturante, inteligente e de legado que vai elevar a mobilidade urbana para um novo patamar, moderno e sustentável. A adoção do VLT trabalha com a descarbonização da frota e o cuidado com a sustentabilidade”, disse Eduardo Pimentel.
“A adoção do novo modal, com a substituição dos ônibus por veículos sobre trilhos com tração elétrica, será possível graças à credibilidade, responsabilidade e confiança das instituições envolvidas”, disse Eduardo Pimentel, destacando a parceria entre Prefeitura de Curitiba, Prefeitura de São José dos Pinhais e Governo do Estado do Paraná.
Modelagem de concessão
Os estudos vão subsidiar a estruturação e modelagem de concessão para a prestação de serviços de operação e manutenção do VLT, que prevê a utilização da estrutura das canaletas exclusivas do expresso do Eixo Boqueirão e substituição dos ônibus expressos (BRT) do Eixo Boqueirão, expandindo a linha até o Aeroporto Afonso Pena, passando pelo Terminal Central de São José dos Pinhais.
De acordo com Eduardo Pimentel, será um projeto sustentável e mais um passo para garantir transporte eficiente e justo ao trabalhador. “Como já existe a canaleta, deve haver uma economia de recursos, mas também vamos propor uma requalificação integrando a estrutura com calçadas e ciclovias. É mais uma iniciativa para garantir que o trabalhador posa sair um pouquinho mais tarde de casa e chegar mais cedo do trabalho”, completa.
O corredor que interliga atualmente o Terminal Boqueirão e a Praça Carlos Gomes, no Centro de Curitiba, também deve ser ampliado até o Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico. O estudo vai avaliar ainda a viabilidade de implantação de um novo eixo até o terminal do Santa Cândida, passando pelos terminais Cabral e Boa Vista.
Mudança do modal
Somente as linhas que passam hoje pelo Eixo Boqueirão transportam uma média de 126 mil passageiros nos dias úteis, sendo cerca de 15 mil pessoas nos horários de pico. Com a mudança do modal, o crescimento populacional e o incremento de novos trechos na linha, será possível um aumento de aproximadamente 30% no número de passageiros transportados já no primeiro ano de implantação do projeto, chegando, então, a 164.800 usuários por dia.
De acordo com Gilson Santos, diretor-presidente da Amep, o VLT vai aprimorar a Rede Integrada de Transporte, fortalecer a integração com o Sistema Metropolitano, reaproveitando a infraestrutura já existente.
Nesse trecho, 80% da estrutura já está implantada, o que torna este projeto muito mais viável do que qualquer outro modal que já foi pensado para a Capital e a Região Metropolitana”, ressaltou Santos.
Audiência pública
A previsão é que a entrega dos estudos para a nova modelagem e a concessão ocorra no primeiro trimestre do ano que vem, com a realização de consulta e audiência pública e publicação do edital de leilão até junho de 2025. Caso o projeto seja viável, o leilão deve ocorrer até setembro de 2025 na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. A previsão total de investimento é de R$ 2,5 bilhões.
A superintendente da Área de Soluções para Cidades do BNDES, Luciene Machado, explicou que no estudo serão consideradas questões como a avaliação preliminar do projeto, estudo de demanda, de engenharia, premissas técnico-ambientais, avaliações socioambiental e econômico-financeira e o modelo de concessão, entre outros prontos. “Serão detalhados os pontos necessários para que o concessionário privado que vai executar e operar o novo modal participe do leilão”, disse Luciene.
A perspectiva de investimento na obra será de R$ 2,5 bilhões com dois anos de execução após o lançamento oficial da concessão, prevista para julho de 2025.
A prefeita de São José dos Pinhais, Nina Singer, disse que Curitiba já é uma referência em qualidade de transporte e que a implementação do VLT marca um avanço significativo para o futuro da mobilidade de São José dos Pinhais.
“Vamos elevar ainda mais o padrão de atendimento e a acessibilidade de um sistema de transporte eficiente e de qualidade para São José dos Pinhais e outras cidades da Região Metropolitana de Curitiba”, afirmou Nina Singer.
Além da Amep e BNDES, participam do projeto o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), as prefeituras de Curitiba e São José dos Pinhais, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) e a Secretaria Municipal de Urbanismo, Transportes e Trânsito de São José dos Pinhais.