A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, em que o resultado da Taxa Selic sairá na próxima quarta-feira (19), projeta um novo aumento, possivelmente elevando a 14,25% ao ano, ou seja, 1% percentual. Essa decisão está alinhada com as expectativas do mercado e com a postura adotada pelo Comitê nas reuniões anteriores para combater a inflação e manter a estabilidade econômica, segundo o especialista da FIPECAFI, George Sales.
George Sales, coordenador de mestrado da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) acredita nesse acréscimo e ainda explica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também colabora para isso, já que registrou uma alta de 1,31% em fevereiro de 2025, conforme dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Este é o maior índice para o mês desde 2003. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA atingiu 5,06%, ultrapassando o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5% para 2025”, comenta.
Em fevereiro, destacam-se os custos da energia elétrica residencial com um aumento significativo de 16,80%, contrastando com a redução de 14,21% observada em janeiro e essa variação é atribuída ao término do bônus de Itaipu, que havia proporcionado uma diminuição temporária nas tarifas anteriormente. No setor de educação, os cursos regulares registraram um acréscimo de 5,69%, consequência dos ajustes anuais nas mensalidades escolares, típicos do início do ano letivo e, por fim, o segmento de alimentação e bebidas experimentou uma elevação de 0,70%, impulsionada principalmente pelo aumento nos preços de ovos de galinha e café moído.
“Além disso, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central em 10 de março, mostrou que a expectativa do mercado financeiro para a inflação deste ano subiu de 5,65% para 5,68%, indicando uma tendência de alta nas projeções inflacionárias”, completa Sales.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a expectativa do mercado é de que a Selic atinja 15% até o final de 2025. Economistas de instituições financeiras, também revisaram suas projeções recentemente, prevendo que a taxa Selic possa alcançar entre 15,5% e 15,75% ainda no primeiro semestre de 2025, devido ao aumento das expectativas de inflação, desvalorização cambial e preocupações fiscais.
Nas atas anteriores do Copom, o Comitê tem enfatizado a necessidade de manter uma política monetária restritiva para assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida, como explica o coordenador de mestrado da FIPECAFI, George Sales. “O Copom tem demonstrado preocupação com a persistência das pressões inflacionárias e a importância de ancorar as expectativas de inflação e ações fiscais”, finaliza.