por Ratinho Junior
As novas tecnologias mudaram as relações sociais, de trabalho, dos meios de produção e dos governos com os cidadãos. Com informações e dados obtidos em tempo real, a gestão pública ganhou agilidade e eficiência. Os serviços oferecidos à população são mais transparentes, o acesso aos conteúdos e documentos oficiais facilitado, a burocracia minimizada e as decisões rápidas e pragmáticas.
A partir da apropriação de tecnologias e dispositivos de alta performance, as cidades tornaram-se mais inteligentes ao melhorar, consequentemente, a eficiência administrativa e financeira. Hoje, muitas cidades operam com o auxílio da tecnologia, serviços como o de segurança pública e monitoramento eletrônico, de eficiência energética e sustentabilidade ambiental, controle de gastos e investimentos públicos, tributação legal, entre outros setores.
Em todo o mundo, existem programas de eficiência energética dos edifícios públicos, de iluminação pública inteligente, geração de energia limpa, entre outras práticas, como planos para redução e correta destinação dos resíduos sólidos ou ainda para o gerenciamento, coleta de esgoto e direcionamento de águas pluviais por meio de sistemas como o Smart Grid.
Neste cenário moderno, destaca-se ainda o uso da tecnologia para melhorar a qualidade da segurança inteligente. Os resultados, neste quesito, são mensuráveis e práticos no cotidiano dos cidadãos: redução da taxa de criminalidade (assaltos, furtos, homicídios, etc.) por habitante – redução da taxa de prejuízo proveniente da criminalidade.
Recentemente, observei de perto os resultados obtidos ao visitar Tel Aviv, em Israel. Comprovei a eficiência do modelo de ‘cidades inteligentes’ implantado pelo município, vencedor, em 2014, do prêmio “Smart City Expo”, em Barcelona, na Espanha.
Tel Avi recebeu o prêmio pelo projeto DigTel ao transformar toda a gestão do conhecimento da cidade e modernizar o atendimento aos contribuintes com eficiência, transparência e agilidade. Há, no município, um sistema tecnológico de gestão digital que modera a comunicação e a interação de todos os moradores sobre inúmeros serviços e segmentos da sociedade. O exemplo de Tel Avi mostra-se perfeitamente aplicável em pequenas, médias e grandes cidades.
O Paraná tem todas as condições para ingressar plenamente no universo das cidades inteligentes ou smart cities. Temos trabalhado para atingir este patamar com ações, projetos e uma agenda propositiva de eventos e encontros. No último mês, realizamos a segunda edição do Hackathon Paraná. Constatei projetos e ideias fantásticos, inovações tecnológicas e novas plataformas para o funcionamento mais eficiente dos serviços públicos.
E no Estado, conseguimos avanços significativos. Cito os planos diretores adotado nos municípios. Nele, constam soluções para extinguir os lixões, o programa tecnológico Paraná Interativo – Sedu/Paranacidade e, ainda, o maior programa de acessibilidade do País.
Nesta segunda-feira, 22 de maio, começa o Smarty City Business 2017 que será realizado em Curitiba. É o maior evento do gênero, vai reunir gestores, representantes de órgãos do governo, CEOs, delegações estrangeiras e instituições. Será o espaço apropriado para gestores públicos debaterem novas tecnologias e uma oportunidade para reiterar o dever dos gestores com a qualidade de vida das pessoas. Será também uma oportunidade para consolidar o Paraná como uma verdadeira startup tecnológica e o futuro “Vale do Silício da América do Sul”.
Ratinho Junior, Secretário de Desenvolvimento Urbano do Paraná