Foto: Luiz Costa/SMCS
A Prefeitura de Curitiba autorizou no dia 17, terça-feira, o início das obras referentes ao lote 3.1 da Linha Verde Norte, entre a Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã, e as proximidades do Rio Bacacheri
A liberação ocorreu logo após uma reunião no Ministério das Cidades, em Brasília, solicitada pelo Prefeito Gustavo Fruet para definir o cronograma de desembolsos de recursos – uma pendência que impedia o início da obra, financiada pelo Governo Federal, por meio do PAC Mobilidade, em parceria com o Município.
A previsão inicial era que os recursos do Orçamento Geral da União seriam liberados já na primeira fase do lote 3.1 da Linha Verde. No entanto, diante da demora na liberação dos recursos pelo Governo Federal, a Prefeitura propôs uma alteração no cronograma de desembolsos. Assim, o Município irá custear a fase inicial da obra, com recursos arrecadados com a venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) que financiam a Operação Urbana Consorciada Linha Verde, e da linha de crédito contratada junto à Agência Francesa de Investimento (AFD). No novo modelo, confirmado pelo Secretário Nacional de Transporte e Mobilidade, Dario Lopes, os recursos do Governo Federal serão alocados posteriormente.
Agora, com a anuência do Ministério das Cidades, esse cronograma poderá ser executado, permitindo o início da obra. “Foi a forma que encontramos para viabilizar o início imediato das intervenções no terceiro lote da Linha Verde, sem a necessidade de aguardar por mais tempo a liberação dos recursos do Governo Federal, que passa por um grande ajuste fiscal”, afirmou o Prefeito. “A Prefeitura trabalha com muitos projetos e tem uma extensa rede de serviços para manter em funcionamento. É preciso trabalhar com responsabilidade, dentro do orçamento”, disse Fruet.
A execução do lote 3.1 da Linha Verde está orçada em R$ 48.291.617,22 – 52,5% provenientes do Orçamento Geral da União e 47,5% custeados pela Prefeitura. Do valor que cabe ao Município, R$ 8,5 milhões são do fundo formado pela venda de Cepacs e R$ 14,3 milhões vêm de financiamento contratado à AFD.
A obra corresponde ao terceiro lote de intervenções na Linha Verde e inclui melhorias num trecho de aproximadamente 3,39 quilômetros. Cerca de 140 mil pessoas que trafegam diariamente pelo local serão diretamente beneficiadas. A primerira intervenção será nas vias laterais, próximo ao viaduto da Victor Ferreira do Amaral, com serviços de drenagem.
Corredor de transporte
O trecho integra um projeto que cria um novo corredor de transporte coletivo na cidade, ao longo da Linha Verde, com aumento da capacidade do sistema de ônibus da capital paranaense. Além disso, prevê redução no tempo das viagens de ônibus que passam pela região; maior segurança para a circulação e travessia de pedestres; e melhoria nos deslocamentos entre os bairros Tarumã, Jardim Social, Bairro Alto e Bacacheri.
A região também irá contar futuramente com transporte coletivo movido a eletricidade. As duas alternativas representam redução nas emissões de gases de efeito estufa, além de menos poluição sonora e do ar. A iniciativa faz parte do projeto Linha Verde Sustentável, que abarca um conjunto de mais de 20 intervenções urbanas sob a responsabilidade da Prefeitura de Curitiba, e que prevê investimentos públicos e privados de mais de R$ 4,5 bilhões nos próximos anos em obras e equipamentos.
As intervenções também trarão muitos benefícios urbanísticos para a região. O leito rodoviário da antiga BR 116 será totalmente revitalizado, com melhorias em pavimentação, drenagem, calçadas, sinalização e iluminação. Haverá o aumento das áreas verdes da região, com a implantação de duas novas praças e a requalificação do Bosque Portugal – inaugurado em março de 1994 e que possui cerca de 20 mil m2. Serão implantadas, ainda, novas estruturas cicloviárias e calçadas.
A Linha Verde
A Linha Verde é o sexto eixo de transporte e desenvolvimento de Curitiba. Possui extensão total de 22 Km, beneficiando 23 bairros e 287 mil pessoas em Curitiba, entre os moradores da região e aqueles que necessitam trafegar pelo local. O projeto é realizado por trechos. Desta forma, os problemas estruturais da antiga BR 116 vão sendo resolvidos à medida que as obras avançam.
Do aporte previsto na Linha Verde Sustentável, R$ 2,1 bilhões devem vir do setor público, R$ 1 bilhão do setor privado e R$ 1,4 bilhão será captado com a venda de Cepacs, os Certificados de Potencial Adicional de Construção que financiam a Operação Urbana Consorciada ao longo de 18 quilômetros da via.
Saúde
Também em Brasília, Fruet teve uma audiência com o Ministro da Saúde, Marcelo Costa e Castro, para tratar dos convênios do Governo Federal com o Município e repasses de recursos. O ministro falou que dados do Ministério confirmam que desde o início do ano os planos de saúde perderam em todo país mais de 3 milhões de clientes, que estão migrando para rede pública. Fruet disse que Curitiba vem sentindo, em sua rede do SUS, o aumento da demanda, que tem impacto financeiro no Município.