Ataques de cães lideram causa de afastamento na Sanepar

Ataques de cães lideram causa de afastamento na Sanepar

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O problema atinge diretamente os leituristas, que percorrem todos os dias muitos quilômetros a pé para fazer a leitura das contas de água

Os ataques de cães representam hoje grande parte dos casos de afastamentos do trabalho na Sanepar. O problema atinge diretamente os leituristas, que percorrem todos os dias muitos quilômetros a pé para fazer a leitura das contas de água. Uma recomendação importante é que o morador fique atento à data da leitura e, neste dia, prenda o cachorro para evitar acidentes. Em todo o Estado, nos últimos quatro anos, a empresa registrou 439 casos, que somaram 1.254 dias de afastamento para tratamento de saúde.

O caso mais grave que aconteceu na região Sudoeste foi em 2010, quando o empregado Juliano Morello Vieira fazia seu trabalho na cidade de Palmas, próximo ao Bairro Aeroporto. Ele conta que já havia concluído a leitura e iria entregar a conta de água ao cliente quando um cão da raça rottweiler pulou o cercado onde estava dentro do terreno e o atacou. Juliano foi levado diretamente ao pronto-socorro onde 12 pontos foram necessários para fechar o ferimento, que o deixou mais de dois meses afastado do trabalho.

“Para que fosse sanado o problema, os clientes deveriam ter consciência de que o ataque de cães é uma ameaça durante a execução do nosso trabalho”, ressalta Juliano. Ele diz que já cansou de ouvir dos moradores que “o cão não morde”, “é do vizinho”, “apareceu aqui e ficou”. Juliano lembra que uma atitude simples dos clientes pode evitar esse tipo de ataque: é só prender o animal no dia da leitura para evitar acidentes.

A informação sobre a data da próxima leitura consta na fatura entregue pela Sanepar todo o mês. Outras recomendações são para que as pessoas coloquem trancas nos portões, façam muros altos, instalem grades que não permitam que a cabeça do cachorro passe, coloquem também hidrômetros e caixas de correio em locais de fácil acesso.

INICIATIVAS

Alguns municípios, como Curitiba e Campo Mourão, estão criando legislação específica para prevenir esse problema. Em Curitiba já existe uma lei, promulgada no ano passado, que institui o Dia Municipal de Prevenção à Mordedura Canina.

A Câmara de Campo Mourão aprovou em maio o projeto de lei que também cria o Dia Municipal de Prevenção à Mordedura Canina. Os municípios buscam, com essas iniciativas, colocar esse assunto em debate e conscientizar a população sobre o problema que não afeta só os trabalhadores da Sanepar, mas também os de outras empresas como Copel e Correios.

CÃES DE RUA

Em Pato Branco, para minimizar o problema com os cães de rua, que também protagonizam acidentes com os trabalhadores, têm sido feitas ações por meio do Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA), que conta com um representante da Sanepar.

Há cerca de dois anos, o CMMA firmou parceria com a Associação Lima de Proteção aos Animais, que promove atendimento e busca proteção aos animais abandonados, e com a faculdade União de Ensino do Sudoeste do Paraná (Unisep), de Dois Vizinhos, para o trabalho de castração de cães.

Os recursos provêm do Fundo Municipal de Meio Ambiente, para o qual a Sanepar repassa mensalmente 1% do faturamento da empresa na cidade. Atualmente, a empresa Bicho Mimado é a responsável pelo trabalho. Até o momento, foram castrados e chipados 820 cães, com previsão de atingir anualmente mil procedimentos nos próximos anos. Em paralelo, funciona a Feira de Adoção Responsável de Cães e Gatos pela qual já foram doados 420 animais.

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