A rotina de proteção solar já é conhecida por muitos: uma generosa camada de protetor solar, vestir roupas apropriadas que cubram parte do corpo, usar chapéu ou boné e óculos de sol, ficar embaixo do guarda-sol em dias de praia ou piscina e evitar contato direto com os raios solares nos horários de pico de 10h às 16h. Ainda, quem mora em um país tropical como o Brasil está mais suscetível aos danos causados pela exposição solar e precisa ir além. Que tal alimentos com ativos que auxiliam a fortalecer a barreira da pele?
O câncer mais frequente no Brasil, que corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, é o de pele. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) previu que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 176.930 novos casos de câncer de pele. Esses valores correspondem a um risco estimado de 80,12 para cada 100 mil homens e 86,65 para cada 100 mil mulheres. E o prognóstico segue alarmante. O Instituto também revelou que o Brasil deve registrar 704 mil novos casos de câncer por ano, de 2023 a 2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. Em homenagem ao Dezembro Laranja, que visa reforçar os cuidados contra o câncer de pele, especialistas da Jasmine Alimentos destacam a importância dos alimentos que podem ser aliados na prevenção de danos causados pelo sol e pela poluição.
“Muitas pessoas desconhecem esse potencial, mas existem alimentos que, de forma geral, podem reduzir a inflamação decorrente da exposição solar que, consequentemente, está relacionada com a degradação de colágeno, hiperpigmentação e desenvolvimento de células cancerígenas. Os mecanismos de atuação desses alimentos envolvem a ativação e inibição de vias relacionadas com a integridade da pele, desde a barreira até camadas mais profundas, permitindo o equilíbrio do seu funcionamento para se manter saudável”, explica a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo.
Alimentos fotoprotetores: coadjuvantes na proteção da pele
Os fitoquímicos são agentes antioxidantes, ou seja, substâncias que conferem pigmentos de cor aos alimentos e proporcionam diversos benefícios para o organismo. Esses nutrientes estão presentes, principalmente, em alimentos à base de plantas e são ingredientes ativos com propriedades capazes de reduzir a inflamação causada por estressores ambientais, como a radiação ultravioleta (RUV).
“É preciso destacar que a RUV desempenha importante papel na produção natural de vitamina D, melanina e outras substâncias benéficas para a saúde da pele. Entretanto, a exposição excessiva pode levar a efeitos adversos agudos e crônicos, como envelhecimento prematuro, pigmentação anormal, reações inflamatórias e aumento do risco de fotocarcinogênese”, explica Adriana.
Os fitoquímicos são divididos em duas categorias: polifenóis e não fenólicos. As fontes naturais de polifenóis incluem frutas como maçã, melancia, goiaba, uva, laranja, limão, cerejas, morangos e romã. Também são possíveis de serem encontrados em vegetais como soja, cereais integrais e cacau. “Outros alimentos que contém polifenóis são: café, abacate, chá verde, linhaça e alimentos vermelhos arroxeados, como uva, ameixa, cereja, etc.”, complementa.
Entre os fitoquímicos não fenólicos, destacam-se os carotenoides, presentes em alimentos amarelos alaranjados, a cafeína e os sulforafanos, encontrados em brócolis, couve-flor, espinafre, couve, entre outros.
“Em suma, a vitamina C auxilia na inibição da produção de substâncias pró-inflamatórias e na morte celular induzida por radiação UV e outros fatores ambientais nocivos. Uma dica é combinar alimentos que contém vitamina C com alimentos ricos em vitamina E, como os frutos secos, as castanhas, sementes e abacates. Estudos científicos já mostraram que a eficácia fotoprotetora da vitamina C é aumentada nesses casos”, detalha a consultora.
Alimentação sozinha não protege a pele
Com a chegada do verão, todos os cuidados são necessários para proteger a pele do sol, e, mesmo quem não deseja expor diretamente a pele aos raios solares, deve tomar precauções. Além do clássico uso do protetor solar, é importante seguir outras recomendações e estratégias:
– Consumo de, pelo menos, 2 litros de água por dia.
– Prato colorido é saúde: todas as refeições devem ter cores mais vivas, como verde-escuro (brócolis e couve), vermelho (tomate e morango), roxo (uva e beterraba), laranja (abóbora e mamão) e amarelo (laranja e maracujá).
– Atenção para a ingestão adequada de fibras para saúde intestinal. O bom funcionamento do trato digestivo está diretamente relacionado com a saúde da pele, pois é no intestino que a maior parte dos nutrientes são absorvidos para suprir, inclusive, as demandas deste que é o maior órgão do corpo.
– Lembre-se dos alimentos fontes de vitaminas A, C e E, já que estão diretamente relacionados com a saúde da pele, como reparação, pigmentação, luminosidade e fotoproteção.