por Noelcir Bello
Adriana Cristina da Silva nasceu em Curitiba e vem de uma família de mineiros, de onde herdou o gosto pela arte.
É moradora do Vargem Grande, em Pinhais, há trinta e sete anos. Em sua adolescência, já fazia crochê e tricot, quando aprendeu com suas vizinhas, além de participar de diversos cursos ministrados na igreja do bairro onde morava.
Adriana lembra que eram muito comuns os cursos oferecidos nos armarinhos, assim as aprendizes já compravam os produtos dos mesmos. Sua mãe contratou uma moça para cuidar dos afazeres da casa, e esta moça pintava panos de prato. Sempre observando ela trabalhar, Adriana foi aprendendo também. Na época, não havia a internet para auxiliar, como nos dias atuais.
Muito ativa, sempre que via alguém fazendo artesanato ela ia assistir para aprender e, cada vez mais, aumentava seu interesse pela arte. Fazia panos de prato para vender pela cidade. Estes panos de prato serviam como um hobby, mas a venda destes acabava ajudando na manutenção das despesas da casa de sua família.
Tecnologia a seu favor
Adriana estava desempregada e foi a internet que a ajudou. Começou a procurar algo diferenciado que pudesse fabricar em casa e, assim, vender para pagar as contas. Em uma dessas buscas, Adriana encontrou um material diferente, que é encontrado em abundância e poucos reciclam, os pneus.
Como conhece as pessoas no autódromo internacional de Pinhais, passou a buscar os pneus com a carretinha de seu irmão. Em cada visita ela retira cerca de trinta a quarenta pneus. Para completar sua obra, ela afirma que pechincha bastante nas lojas que vendem os tecidos.
Persistência
A nossa artista da semana disse que precisou visitar e pedir muitas vezes para um lojista um mostruário de tecidos, mostruário que passou a servir como amostra para atender seus clientes. No inicio, este lojista falava que só fornecia mostruários aos estofadores, que eram os grandes compradores. Adriana, muito persistente, mandou fazer alguns panfletos e retornou, mais uma vez, na mesma loja de tecidos e, assim, acabou conseguindo finalmente seu próprio mostruário.
Uma mulher guerreira
Adriana foi lojista, vendedora, diarista, frentista, babá, auxiliar de produção, enfim, o que importava era trabalhar para ter seu próprio dinheiro em busca do objetivo maior. Hoje está casada e tem uma filha, além de cuidar dos pais. Há quatro anos, estava desempregada e começou a trabalhar exclusivamente com os pneus, com os quais faz belos puff´s, que servem também como baú e guardam objetos. A definição de sua arte é: uma peça decorativa, que serve também para armazenar coisas em seu interior.
Parceria
Sua irmã, a Amalia, é e tem sido uma grande parceira, já que fez os contatos com os primeiros clientes. Ela mora em São Matheus do Sul, portanto as primeiras vendas aconteceram por lá. Até hoje, a maior parte das vendas acontecem naquele município, pois sua irmã é uma grande vendedora e incentivadora de seu trabalho. Ela é professora na cidade e, por onde anda, leva em seu carro um modelo do puff da Adriana, e faz questão de mostrar o trabalho todas as pessoas que encontra.
CEART
Antes de ter a possibilidade de vendas no CEART, Adriana visitava as pessoas de Pinhais. Ela passava nas casas para oferecer e mostrar seu trabalho, assim acabava vendendo e tendo seu próprio sustento. Sempre que vendia uma peça, recebia como bônus a indicação do cliente para seus amigos, que acabavam entrando em contato com Adriana e comprando também. “Agora, com este espaço a disposição, ficou mais fácil, tanto para expor os produtos, bem como para atingir novos clientes”, garantiu.
Confecção
Para a confecção de suas peças, Adriana lembra que aprendeu a utilizar a máquina de corte de madeira, a famosa tico-tico, bem como outros equipamentos necessários para finalizar seu trabalho. É independente, faz tudo do inicio ao fim, desde buscar e lavar os pneus, até cortar e estofar, chegando assim à obra final, ou seja o puff.
Sua arte é composta por pneu, tecido, madeira e grampos, sendo que o cliente escolhe o tipo de tecido de sua preferência. Todo este processo leva muitas horas, às vezes chega a tomar um dia para fazer uma peça, pois precisa conciliar o trabalho com os serviços da sua casa.
Uma grande vitória para Adriana é que ela já determinou o seu horário de trabalho, ou seja, ela consegue trabalhar até às 18 horas. Atualmente, o artesanato deixou de ser um hobby e passou a ser a sua fonte de renda.
Atualização constante
Adriana confessa que não pretende parar por aqui, quer cada vez mais aprender e realizar parcerias com outros artesãos. Ela acredita que o artesão precisa sempre estar atualizado, sem focar em apenas um único produto. “Precisamos sempre ter novas ideias e criações”, afirma.
Suas obras estão expostas no CEART de Pinhais, mas podem ser encontradas também através do Facebook: adrianapuffsecologicos. O telefone para contato é o (41) 8838.2053.
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Seu comentário…Amei, vc é uma guerreira, estou desempregada ja três anos e gostaria de reciclar pneus para ganhar dinheiro, os pneus eu consigo, sónao sei como começar, me ajude com algumas dicas, amo arte, mas nao sou artesa, e amo ajudar o planete, boa sorte
Seu comentário…Seu trabalho é lindo!
Parabéns Adriana pelo belo trabalho!
Ajuda no sustento e ajuda o planeta!