Acidentes de trânsito deixam 250 mil vítimas com sequelas anualmente no Brasil

Acidentes de trânsito deixam 250 mil vítimas com sequelas anualmente no Brasil

Acidentes de trânsito
Acidentes de trânsito no Brasil resultam em cerca de 250 mil vítimas com sequelas permanentes por ano, colocando o país como o terceiro com mais mortes no trânsito globalmente. Diante dessa realidade, o Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito (CDVT) alerta para a urgência de um mecanismo de amparo para os afetados, que muitas vezes ficam desassistidos durante a recuperação

Os acidentes de trânsito no Brasil são uma chaga nacional, deixando anualmente cerca de 250 mil vítimas com sequelas permanentes, conforme o “Estudo dos Custos de Acidentes de Trânsito no Brasil” do Instituto de Segurança no Trânsito. Esse número, provavelmente subnotificado, contribui para que o Brasil ocupe a terceira posição mundial em mortes no trânsito, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“É urgente melhorar a educação no trânsito e adotar iniciativas eficientes para reduzir os acidentes”, afirma Lucio Almeida, presidente do CDVT – Centro de Defesa das Vítimas de Trânsito, uma ONG que atua em todo o país. Ele destaca, contudo, outra medida crucial: “a necessidade de se criar algum mecanismo de amparo a essas vítimas. Muitas ficam completamente desassistidas, fragilizadas e abandonadas à própria sorte, sem qualquer auxílio durante o período de recuperação”.

 

A Realidade das Vítimas e a Busca por Apoio

Um exemplo dessa realidade é Josivan da Silva, ajudante de obras de 38 anos, que ainda se recupera de um capotamento sofrido em novembro de 2024, em Mossoró (RN). Com diversas fraturas e usando colar cervical, ele não sabe quando retornará ao trabalho nem em quais condições. “Não sei mais se poderei voltar a fazer tudo que podia, como antes do acidente”, lamenta Josivan, abalado psicologicamente.

Para reverter situações como a de Josivan, representantes do CDVT têm debatido a criação de um novo seguro para vítimas de acidentes de trânsito com autoridades em Brasília. “Temos procurado apoio de deputados, senadores e ministros que compreendem a urgência dessa pauta, para que possam nos representar nessa luta”, complementa Almeida. Ele ressalta que “o Brasil tem um dos trânsitos mais violentos do mundo e não podemos mais permitir que as pessoas, principalmente as mais desfavorecidas, fiquem desamparadas pelo estado”.

 

Seguro Obrigatório: Um Modelo Global a Ser Seguido

A ideia de um seguro obrigatório não é nova. Iniciada na Suécia em 1929, essa política se espalhou por diversos países, incluindo nações menos desenvolvidas que o Brasil. No Peru, Equador ou Venezuela, por exemplo, as vítimas são cobertas pelo SOAT (Seguro Obrigatório de Acidentes de Trânsito), que custeia despesas médicas e hospitalares, independentemente da culpa pelo acidente.

“Seja motorista, passageiro ou pedestre, todos têm direito a um respaldo digno em caso de acidente. Portanto, não podemos mais tolerar que sejam tratados com todo esse descaso”, conclui o presidente do CDVT, enfatizando a necessidade de uma solução para essa grave questão social.

publicidade

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress