por Dr. André Fuck – CRM-PR 24137 || www.programaact4.com.br
Já está bem definido na literatura médica que o número de horas de sono por noite apresenta relação inversamente proporcional ao IMC da população (ou seja, quanto maior o número de horas dormidas, menor o peso). É lógico que existe um ponto de compensação, aonde o ideal seria um valor médio de 7 a 8 horas diárias, não havendo benefícios em dormir além dessa quantidade.
Um dos motivos é que a privação do sono provoca uma queda na secreção dos hormônios TSH e Leptina e aumento na secreção de Grelina. Com isso, ocorre um aumento do apetite (hiperfagia) e diminuição da taxa metabólica basal, em função do desequilíbrio hormonal. Existe mudança também no ciclo do cortisol, o hormônio do estresse, potencializando o aumento do apetite e lipogênese (formação de tecido adiposo). Além disso, pessoas que dormem menos ficam mais cansadas e ansiosas durante o dia, comem mais e praticam menos exercícios físicos na média geral.
Outro hormônio importante produzido durante o sono é a melatonina, que atua de maneira ativa na sincronização do nosso ciclo circadiano, fundamental para manter o nosso equilíbrio metabólico, digestivo e psicológico. Alterações desse ciclo provocam aumento da resistência à insulina, perturbações do sono e desorganização metabólica, levando cronicamente à obesidade. Uma produção de melatonina adequada ocorre quando conseguimos dormir um número adequado de horas, de preferência no período noturno. Trabalhadores de escalas de plantão ou pessoas que trocam a noite pelo dia costumam cursar com aumento do peso, mesmo que não aumentem o consumo de alimentos. É importante enfatizar que a suplementação de melatonina ainda não demonstrou evidências científicas suficientes para justificar a utilização com objetivos terapêuticos para este e outros fins, embora muito prescrita e utilizada atualmente.
Uma pesquisa recente trouxe boas notícias. No estudo realizado na Coréia do Sul, foi demonstrado que pessoas que não conseguem dormir um número suficiente de horas durante a semana podem corrigir essa deficiência com compensação aos finais de semana, desde que mantenham a média de 7 à 8 horas de sono diárias e um sono de qualidade. Para ler a notícia na íntegra clique aqui.
Para finalizar, devemos ter em mente que o sono adequado é indispensável para o controle do peso como também para a prevenção de inúmeras doenças como Diabetes, Hipertensão Arterial, Doença Cardíaca, Depressão, entre outras. A mudança de hábitos que visa a melhora da saúde e o controle do peso deve sempre ter como um dos pilares a melhora na qualidade e quantidade do sono.