João e Leonice, uma história de amor baseada em respeito e perseverança

João e Leonice, uma história de amor baseada em respeito e perseverança

por Noelcir Bello

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Joao Silva Santos Neto e Leonice da Silva Santos chegaram a Pinhais em 1989,  trazendo nas malas sonhos de uma vida melhor para eles e seus filhos.

Ele nasceu em Jaguapitã, morava em uma fazenda e lembra que tinha um grande número de vizinhos, o que permitiu que conhecesse muitas crianças para brincar. Na região, havia uma represa e um campo de futebol, onde aos domingos a comunidade se encontrava para se divertir. “Naquela época, meu pai comprou um bicicleta velocípede, mas era difícil andar, pois a terra vermelha fofa dificultava”, contou João.

Seu pai trabalhava com café e precisou se mudar para outra fazenda em Ivaté. Lá, João conheceu Leonice. Desde crianças, os dois se encontravam junto com as famílias nos terços entre os vizinhos.

Tradição levada a sério

O vizinho que fosse receber os convidados para o terço preparava um café com quitutes da região para todos. Enquanto isso, as crianças ficavam brincando de “passar de primo”, onde os dois amigos(as) pegavam um bastão ao redor da fogueira e invertiam os lados dizendo uma frase. A partir deste ato, se tornavam primos, compadres, enfim, o desejo que os dois tinham, e passavam a se tratarem como tais. Atualmente, mesmo já sendo adultos, ainda respeitam aquelas decisões da época de criança.

O tempo foi passando e os dois foram se aproximando mais e, quando ficaram jovens, ela recebeu autorização para namorar. Em 1974, começaram a namorar, após algumas separações por conta de mudanças das famílias, inclusive tendo a família de João se mudado por conta da geada negra de 1975, que destruiu toda a safra.

O casamento

Naquela época, quando os jovens pensavam em se casar, a primeira coisa era ter a casa própria. O casal era pobre, porém conseguiu reformar uma casinha velha que tinha no sítio da família do João. A igreja onde se casaram pertence ao município de Braganey, já o cartório fica em Corbélia, e as duas cerimônias foram realizadas em um mesmo dia, mesmo os municípios distantes 50 Km um do outro.

“Escolhemos o fotógrafo mais barato da cidade de Corbélia, já que era o que tínhamos condições de pagar. No entanto, as fotos foram feitas com uma máquina “lambe-lambe” e as perdemos, pois queimaram todas”, lamentou Leonice.

A salvação do casal foi que havia um amigo que sempre estava presente em todas as festas, e foi assim que conseguiram foto de binóculo, mais conhecida como mini foto.

Com um ano de casados, tiveram o primeiro filho, o Rogério. Um ano depois, o Romildo nasceu e, finalmente, em 1987, veio a caçula Bruna.

Chegada a Pinhais

Quando chegaram a Pinhais, em 1989, compraram um terreno ao lado da Avenida Airton Senna, avenida esta que ainda não existia. Lembram que as pessoas usavam o trilho do trem como se fosse estrada para ir até Curitiba, e até mesmo se deslocar pela região.

Após pagarem aluguel por alguns meses ao locatário Pézão, já que a casa ainda não estava pronta no terreno deles, em 13 de setembro de 1989 finalmente se mudaram para a tão sonhada casa própria, onde moram até hoje. “A região central, até onde fica a Camilo di Lellis, era tudo banhado e as pessoas plantavam milho e feijão. O ônibus Vargem Grande, Vila Amélia e o Maria Antonieta levavam as pessoas até o terminal do Guadalupe, em Curitiba. Alguns anos depois, fizeram a Avenida Airton Senna e, assim, começou a circular um ônibus que nos levava até o Terminal Autódromo, que já não existe mais”, disse João.

Em 2000, com a inauguração do novo terminal, João começou a trabalhar na empresa Expresso Azul como motorista. Já trabalhou em quase todas as linhas e, hoje, dirige o ligeirinho. A dona Nice trabalhou em casas de família e agora trabalha na Apae como PSS.

Pinhais em franco crescimento

Segundo nossos entrevistados, a estrutura do município atualmente é muito boa. “Nos últimos anos, a cidade melhorou muito, quase não precisamos sair daqui para resolver alguma coisa. Pinhais oferece de tudo, desde atendimento em saúde até as compras, transportes, grandes mercados, e tudo muito próximo. Corpo de Bombeiros e a Guarda Municipal, são reflexos da boa administração do atual prefeito, e assim as pessoas se encorajam a investir em Pinhais. Um prefeito é igual ao padre, se não souber trabalhar e cativar, as pessoas se afastam”, apontou o casal.

Segredos para um casamento feliz

Para eles, manter um casamento há 38 anos é uma questão de assimilar, discutir e solucionar todos os problemas, superando as dificuldades juntos. Muita conversa, sempre com um bom diálogo, é a base de um relacionamento. “Hoje em dia, as pessoas são mais individualistas, não se respeitam como ser humano. O respeito é muito importante, não importa qual dos dois esteja errado, juntos chegamos ao denominador comum. Busquem a Deus em primeiro lugar, sem Ele nada das outras coisas são possíveis, muito menos a harmonia da família e da sociedade”, finalizaram.

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