No dia 29 de janeiro, Piraquara completa 126 anos de emancipação. O Município comemora seu aniversário com alguns eventos, a exemplo da Cavalgada de Aniversário, que já é tradicional há doze anos. Contudo, bom mesmo é saber que, além de festividades, seus moradores podem comemorar também as obras realizadas e em andamento, além dos programas e ações que trazem bons serviços públicos a todos os munícipes durante o ano inteiro. E para saber um pouco mais sobre a programação de aniversário e as melhorias que estão acontecendo em Piraquara, a reportagem do jornal A Gazeta Metropolitana conversou com o Prefeito Marcus Tesserolli (PDT). Confira na entrevista exclusiva concedida à jornalista Vanessa Martins de Souza o que a gestão do Prefeito Marquinhos tem contribuído para o desenvolvimento da cidade e o bem-estar da população.
A Gazeta Região Metropolitana: Começando pelos eventos comemorativos, o que a Prefeitura tem planejado para o aniversário deste ano, além da Cavalgada, realizada no último domingo, dia 24?
Prefeito Marquinhos: O principal evento é a tradicional Cavalgada de Aniversário, que teve sua 12ª edição, no domingo, dia 24. É um evento simples, mas que destaca a cumplicidade acolhedora de nosso município. O evento foi aberto à participação de todos, não apenas dos cavaleiros. Tivemos, depois, o almoço, onde foi servido arroz carreteiro. Já no dia 29, será a comemoração oficial, com sessão solene na Sede do Poder Legislativo Municipal e inauguração do novo Anexo da Câmara de Vereadores. No dia 30, sábado, celebraremos o Dia da Família, destinado a atividades recreativas. Dia 31, domingo, como parte do calendário comemorativo, teremos a 3ª. Caiacada, com passeio de caiaque pela represa. Enfim, optamos por eventos simples, mas marcantes, que não demandam muitos gastos públicos, como seria a contratação de shows musicais. Essa é uma forma de celebrar o aniversário priorizando a economia de recursos. Até porque nossa gestão tem sido marcada pela austeridade nas contas, visando deixar o máximo em recursos para obras, programas e projetos que trazem benefícios à população o ano inteiro.
A Gazeta Região Metropolitana: Por falar em austeridade nas contas, como a sua gestão tem administrado os recursos públicos?
Prefeito Marquinhos: Assumimos a Prefeitura com uma situação de endividamento bem desafiadora, complicada. Havia duas grandes dívidas que estavam engessando a administração. A primeira, no valor de R$ 30 milhões. Uma dívida consolidada, que se formou desde 1992, quando do desmembramento de Pinhais. A capacidade de crédito estava se esgotando por causa dessa dívida. Piraquara tem baixa arrecadação, não tem indústrias como Pinhais. Como estava gastando mais do que arrecadava, a capacidade de crédito para investimentos se perdia.
A Gazeta Região Metropolitana: E como está essa situação atualmente?
Prefeito Marquinhos: Em três anos, já quitamos cerca de metade da dívida: R$ 15 milhões. Ainda devemos um valor alto, outros R$ 15 milhões, por causa das altas taxas de juros. Mas já recuperamos a capacidade de crédito, facilitando a tomada de empréstimos para investimentos. A segunda dívida era no valor de aproximadamente R$ 8 milhões. Esta, por erros da gestão anterior. Dívida com fornecedores diversos. Já pagamos quase tudo. Falta pouco mais de R$ 1 milhão da conta da Sanepar, com quem estamos negociando. Nós honramos os pagamentos com fornecedores. Já não temos mais cobradores batendo na porta da Prefeitura.
A Gazeta Região Metropolitana: Sobre avanços na sua gestão, o que o senhor destacaria?
Prefeito Marquinhos: No primeiro ano, o foco foi colocar as contas em ordem, bem como a valorização dos servidores. Além de começarmos a encaminhar projetos. No segundo ano, buscamos os recursos para viabilizar os projetos aprovados. Com a capacidade de crédito recuperada, contatamos parceiros como a Caixa Econômica Federal, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano, o Sebrae. Até a gestão anterior, o município endividado, sem honrar seus pagamentos, não contava com a mínima credibilidade. A partir desses contatos com parceiros, passamos a distribuir os projetos. No terceiro ano, e também para 2016, a prioridade tem sido transformar a cidade num canteiro de obras. Já contamos com mais de trinta obras em andamento. Fizemos um investimento alto em educação, próximo da meta de 30% do orçamento para a área. Nossos professores recebem o piso nacional, têm uma APP atuante e conselhos atuantes que cobram muito. Em suma, priorizamos a valorização dos professores, servidores e investimentos em qualidade na educação e obras.
A Gazeta Região Metropolitana: Fazendo um comparativo com a gestão anterior, o que senhor destacaria em obras e ações?
Prefeito Marquinhos: Na nova gestão, em três anos, já inauguramos uma creche, compramos o imóvel que abrigava outra, estamos construindo mais 3 creches, uma escola e fechamos com o Ministério da Educação mais uma escola que será licitada neste semestre.
Na área da saúde, em oito anos, a administração anterior fez uma Unidade de Saúde (US). Nossa gestão, em três anos, está construindo 5 Unidades de Saúde, sendo uma UPA 24h, além de ter aberto uma farmácia pública no Guarituba.
Com relação à pavimentação, em oito anos, a administração anterior investiu R$ 10 milhões (pouco mais de 15 Km). Em três anos, nossa gestão já investiu R$ 33 milhões em asfalto e antipó (cerca de 50 Km). Mais do que dobramos os investimentos em pavimentação, isso com menos da metade do tempo de gestão.
A Gazeta Região Metropolitana: Nas áreas de cultura, esporte e lazer, o que tem sido feito?
Prefeito Marquinhos: Recuperamos as atividades da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, locando uma sede para abrigá-la. Teremos um Teatro Municipal, que nunca tivemos. O Parque das Águas é uma promessa antiga, de várias gestões, que nunca havia se concretizado. Vamos inaugurar esssa obras ainda no primeiro semestre desse ano. O Parque da Águas terá espaço para lazer e esportes, com pista de caminhada, lâmina d’água, palco para apresentações, projeto de paisagismo, lanchonete e praça.
A Gazeta Região Metropolitana: Conforme o senhor citou, o Parque das Águas é uma promessa antiga de prefeitos anteriores. A recuperação dessa obra segue o mesmo projeto ou recebeu modificações? Qual o montante do investimento?
Prefeito Marquinhos: Sim, já é promessa de meus antecessores. Assim, quando assumimos a Prefeitura, já havia na conta, para a obra, mais de R$ 1 milhão, desde 2006. Dinheiro do Governo Federal, enviado quando a obra foi iniciada. A obra praticamente pagou-se com esse valor. Com as aplicações financeiras, nesse período, o montante aumentou para cerca de R$ 1 milhão e 400 mil, mais ou menos. Fizemos algumas alterações no projeto para adequá-lo. Serão duas barragens, com dois lagos em desnível e espelho d´água, projeto de paisagismo e uma lanchonete. Essa lanchonete será explorada pela iniciativa privada com aluguel pago para a manutenção do próprio parque. Algo bem diferente do que acontecia na lanchonete do terminal de ônibus, que hoje rende R$ 7.500,00 para a prefeitura. Acredito que o Parque das Águas, no Centro da cidade, e a UPA 24 horas, serão as duas obras emblemáticas da nossa gestão.
A Gazeta Região Metropolitana: Na área de esportes e cultura, o que Piraquara passa a oferecer à população?
Prefeito Marquinhos: Piraquara é uma espécie de grande quintal de Curitiba, onde o lazer, a cultura e o turismo rural são destaque. Temos atividades esportivas, como a Copa das Águas, a Banda Municipal, que foi resgatada, assim como reativamos diversas oficinas de artes e cultura, a exemplo de violão, grafitagem, e artes em geral. São mais de 2 mil habitantes envolvidos em atividades culturais e esportivas. Também retomamos outro evento importante, o Desfile Cívico, em Setembro. Outro investimento expressivo foi a instalação de 20 Academias ao Ar Livre. Não havia nenhuma até o início da nossa gestão. E ainda vamos investir em mais umas 10 Academias, até o final da gestão.
A Gazeta Região Metropolitana: Que benefícios a duplicação e triplicação da PR 415, realizada pelo Governo do Estado em parceria com o Muicípio, trará a Piraquara?
Prefeito Marquinhos: É uma obra a comemorar. Outra obra que era antiga reivindicação da população, uma luta encampada pelo Rotary Club. Mas que o prefeito anterior, apesar de andar de mãos dadas com o ex-governador, não trouxe. Quando assumi a Prefeitura, contatei os deputados Ademar Traiano, líder do Governo Beto Richa, e o então Presidente da Assembleia, Valdir Rossoni, para reivindicarmos essa obra. Ambos se comprometeram a viabilizá-la, através de recursos da Assembleia, caso o Governador não pudesse. O Governador Beto Richa foi contatado e viabilizou a obra. A triplicação, uma obra desse vulto, só trará benefícios, facilitando o acesso e o desenvolvimento da cidade. Será muito importante para o nosso Município.
A Gazeta Região Metropolitana: Como está a obra da Praça de Esporte e Cultura (PEC)?
Prefeito Marquinhos: Estamos aguardando liberação da Caixa Econômica para nova licitação. Herdamos, inclusive, obras com projetos mal elaborados e de contratos com empresas não idôneas, como no caso da UPA 24 horas e essa Praça do Esporte e Cultura. Retomamos a UPA e vamos retomar a PEC.
A Gazeta Região Metropolitana: E como está o projeto do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no Guaraituba?
Prefeito Marquinhos: Este é um projeto em parceria com a Cohapar, de recursos federais, que se divide em três lotes. No lote 1, foram 12 km de asfalto. No lote 2, já licitado, a Cohapar está discutindo valores, encontrando-se as obras paradas por algum tempo. O lote 3, está em vias de licitação pelo Governo do Estado. Este último, trata-se de uma região muito crítica, que sofre alagamentos, e que precisa ser concretizado o quanto antes.
A Gazeta Região Metropolitana: Que obras de pavimentação o senhor pode destacar como mais importante para a população?
Prefeito Marquinhos: Acredito que das ruas Jacob Wallenga, Heitor Palú e Richard Lickfield, além da Avenida Brasília.
A Gazeta Região Metropolitana: Como o senhor avalia sua gestão e equipe?
Prefeito Marquinhos: Recuperamos a credibilidade do município, o bom nome de Piraquara, e estamos transformando a cidade num canteiro de obras, apesar da crise. Primamos pela austeridade nas contas públicas, a economia de recursos e o foco em obras e investimentos. A pavimentação, por exemplo, sempre foi promessa de meus antecessores. Mas quase nada havia sido feito. Desde 1992, quando do desmembramento de Pinhais, se o ritmo das obras tivesse sido igual ao de nossa gestão, Piraquara já estaria toda asfaltada. Dizem que cumprimos nossa obrigação, apenas. Sim, a cumprimos com muito empenho e trabalho, algo que antecessores não fizeram. O primeiro passo foi ter a coragem de erguer a cabeça e olhar nos olhos dos parceiros, fornecedores, investidores. As pessoas se envergonhavam de morar em Piraquara. Era um município desacreditado, considerado abandonado. Isso influencia na autoestima do cidadão. Em três anos, tivemos um crescimento inquestionável, as pessoas veem, comentam. Piraquara está se transformando numa cidade digna para seus moradores. Com certeza, a população de Piraquara tem motivos de sobra para se orgulhar de sua cidade.