Três programas de acesso ao alimento da Prefeitura de Curitiba – Armazém da Família, Sacolão da Família e Nossa Feira – ultrapassam os limites da capital e fazem parte da agenda de trabalho conjunto de oito prefeituras da região metropolitana.
O programa mais desenvolvido é o Armazém da Família, que atende cerca de 43,3 mil famílias em sete dos oito municípios conveniados – Almirante Tamandaré, Agudos do Sul, Bocaiúva, Campo Magro, Fazenda Rio Grande, Mandirituba e Pinhais.
Outras 13,3 mil famílias devem ingressar no programa no início do próximo ano com a formalização do convênio, na sexta-feira (11), com a prefeitura de São José dos Pinhais.
Alguns municípios, como Almirante Tamandaré, também têm anexo aos armazéns sacolões para a oferta de hortifrutigranjeiros a preços regulados, seguindo o modelo curitibano que mantém o preço de alguns produtos fixados a R$ 1,79 o quilo. “A mesma proposta tem a prefeitura de São José do Pinhais, que construiu um prédio próprio para atender exclusivamente a esses novos serviços”, afirma o secretário municipal de Assuntos Metropolitanos, Valfrido Prado.
Prefeituras de outros municípios já começam a discutir como implantar o programa Nossa Feira. Nenhum dos dois programas, sacolão e Nossa Feira, exigem parcerias, mas Curitiba serve como modelo de políticas bem-sucedidas de acesso ao alimento.
Ampliação
Considerando a média de três pessoas por família, são 130 mil pessoas já beneficiadas nos sete municípios em que o programa está ativo. Com a entrada de São José dos Pinhais ao sistema, aproximadamente 170 mil pessoas serão atendidas nos oito municípios conveniados. A parceria com São José dos Pinhais foi formalizada com a assinatura do termo de convênio pelo secretário municipal do Abastecimento, Marcelo Munaretto, pelo secretário de Assuntos Metropolitanos, Valfrido Prado, e pelo prefeito do município vizinho, Luiz Carlos Setim.
Munareto explica que todos os programas do Abastecimento seguem os princípios da política de segurança alimentar e nutricional, que preconiza que sejam ambientalmente, culturalmente, economicamente e socialmente sustentáveis.
Comparado a outros comércios do gênero, os armazéns oferecem uma pauta de produtos que garante uma economia média de 30%. Em alguns produtos, de acordo com oscilação de mercado, podem passar de 40% de economia. “Ampliar o acesso ao alimento às famílias da região metropolitana é um trabalho de responsabilidade social”, afirmou o secretário.
O prefeito de São José dos Pinhais pretende abrir o armazém entre janeiro e fevereiro do próximo ano. Antes os servidores do município vizinho devem passar por capacitação com a equipe técnica de Curitiba. Setim estima que cerca de 40 mil pessoas serão beneficiadas pelo programa no município. A secretaria do Abastecimento gerencia o programa, enquanto que a Secretaria de Assuntos Metropolitanos é responsável pela intermediação com as prefeituras vizinhas. A compra dos produtos para os armazéns é efetuada pela Prefeitura de Curitiba. Além dos produtos, é oferecido aos municípios toda a logística do programa pelos conveniados, desde a capacitação de servidores até o compartilhamento de sistemas de cadastro, controle e acompanhamento.
O limite de renda familiar mensal para ingresso no programa é estabelecido pelas prefeituras conveniadas dos municípios e varia de acordo com o perfil econômico de cada população. Em Curitiba, o limite é de até 3,5 salários mínimos (R$ 2.758,00), que atualmente abrange o cadastro de 260 mil famílias.
“Já estamos pensando em criar um segundo armazém. Quando iniciamos, não pensamos que cresceria tanto e agora, quando vamos ver os números, temos a proporção que isso tomou”, afirma o prefeito de Almirante Tamandaré, Aldnei Siqueira.
Tamandaré possui 6,1 mil famílias cadastradas no programa pelo município. Enquanto que o prefeito de Pinhais, Luiz Goulart, avalia a proposta de criar algo semelhante ao programa Nossa Feira, que segue o conceito dos sacolões, com produtos fixados a R$ 1,79, só que no formato de feira.