A partir do dia 28 de fevereiro, será disponibilizado o PIX por aproximação, uma modalidade que permite aos consumidores realizar pagamentos instantâneos sem a necessidade de abrir o aplicativo da instituição financeira.
A novidade oferece uma experiência ainda mais ágil e conveniente. O usuário pode pagar de forma rápida, sem abrir o aplicativo do banco. A transação ocorre por NFC (comunicação por proximidade), bastando aproximar o celular da maquininha e confirmar a transação com a biometria.
O PIX já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. Com a chegada do PIX por aproximação, espera-se que o uso do sistema se expanda ainda mais, trazendo mais praticidade para o dia a dia dos consumidores.
No entanto, enquanto a nova funcionalidade traz facilidades, ela também gera preocupações em relação aos riscos financeiros, conforme alerta Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN).
Como funciona o PIX por aproximação?
O funcionamento do PIX por aproximação é simples: o usuário aproxima seu celular da maquininha de pagamento e, automaticamente após biometria, a transação é processada. O valor das transações será inicialmente limitado a R$ 500, mas pode ser ajustado pelo próprio usuário. A funcionalidade pode ser utilizada tanto por meio de carteiras digitais, como Apple Pay ou Google Pay, quanto pelo aplicativo bancário.
Essa inovação busca oferecer mais conveniência, permitindo que os consumidores realizem pagamentos de forma rápida, sem a necessidade de inserir informações ou esperar confirmações. No entanto, essa praticidade também traz novos desafios, especialmente no que diz respeito ao controle dos gastos.
Alerta para os riscos
Por mais que esse avanço seja interessante, Reinaldo Domingos alerta que a facilidade de realizar pagamentos rápidos pode levar a um aumento das compras por impulso, um comportamento já comum entre os brasileiros. “Estamos ganhando tempo, mas estamos tornando o consumo mais fácil. O problema é que o brasileiro está gastando de forma mais rápida do que ganhando dinheiro. A velocidade das transações pode gerar um desequilíbrio financeiro”, observa.
Ele também destaca o risco de o PIX por aproximação intensificar o comportamento de consumo impulsivo, já que, ao não precisar inserir senhas ou aguardar confirmações, os consumidores podem fazer compras de forma inconsciente. “Essa facilidade pode agravar a situação de desequilíbrio financeiro de muitos brasileiros, que acabam se endividando por não controlar seus gastos”, alerta Domingos.
O limite de R$ 500: segurança ou risco?
Uma das principais características do PIX por aproximação é o limite de R$ 500 por transação, que foi definido pelo Banco Central. Para Reinaldo Domingos, esse valor pode ser visto como uma medida de segurança, mas ele questiona se é suficiente. “Em um cenário onde a maioria da população brasileira ganha um salário mínimo, R$ 500 representam uma parte significativa da renda. O limite é uma forma de controlar as transações, mas será que é o suficiente para evitar problemas?”, pondera.
Ele também faz um alerta sobre os riscos de furtos e roubos. “Se o celular for roubado, o criminoso pode ter acesso às informações bancárias e realizar pagamentos instantâneos. Embora existam mecanismos de segurança, como biometria, o risco ainda é grande, principalmente se o celular não estiver adequadamente protegido”, afirma.
Com a facilidade de realizar pagamentos instantâneos, Domingos reforça a necessidade de educação financeira para que os consumidores compreendam melhor o impacto de seus gastos. “A velocidade das transações pode incentivar as compras por impulso, e é fundamental que as pessoas entendam o comportamento financeiro para evitar o endividamento e a inadimplência. O PIX por aproximação torna o processo de gastar ainda mais rápido, mas isso não significa que o consumidor deve perder o controle”, finaliza.