O calor e o frio, quando intensos, podem causar danos irreversíveis ao corpo. O mesmo acontece quando o tempo sofre uma mudança brusca de temperatura, que também pode prejudicar o sistema imunológico, mas principalmente o de pacientes que já sofrem com doenças cardíacas.
As complicações climáticas que vêm acontecendo diariamente interferem de modo direto nas doenças cardiovasculares, pois causam mudanças fisiológicas e sofrimento psicológico. Segundo o Dr. Cesar Jardim, cardiologista e diretor clínico do Hcor, estudos sugerem que a morbidade e a mortalidade por problemas cardiovasculares aumentam quando relacionadas a estressores climáticos.
“Temos visto mudanças gradativas e importantes para o meio ambiente, mas isso que estamos tentando acertar agora é reflexo antigo. As populações vulneráveis são as que mais sofrem com doenças por causa do pouco acesso a informação e serviços de saúde, além de também serem as mais afetadas pelas mudanças climáticas e pelos desastres naturais associados a elas”, explica o especialista.
O cardiologista aponta, ainda, que eventos climáticos extremos, como furacões, enchentes e queimadas, foram relacionados com o aumento do risco cardiovascular, até mesmo após o acontecimento inicial. “Foram observadas paradas cardíacas fora do hospital e internações por doença cardíaca isquêmica alguns meses depois”.
A saúde física e mental das pessoas que passam por catástrofes também é colocada em prova a todo momento. Esse tipo de situação provoca um aumento da produção de hormônios do estresse, que podem gerar contração de alguns vasos cardíacos, lesando o coração e aumentando o risco de picos hipertensivos, arritmia e infarto. “Não só o calor e o frio são responsáveis por causar danos, mas o tempo seco também atinge o sistema cardiocirculatório, já que as mucosas ficam mais ressecadas e expostas a bactérias”, complementa. Pessoas com doenças cardíacas preexistentes precisam reforçar os cuidados.
Ainda que as doenças cardíacas possam afetar qualquer pessoa, quando se mantêm hábitos saudáveis é possível retardar o aparecimento delas. Dr. Cesar Jardim reforça: “uma dieta balanceada, o combate ao sedentarismo, a não ingestão de álcool e o não tabagismo são passos essenciais para evitar piores complicações”.