Comissão de Soluções Fundiárias do TJPR completa cinco anos de atuação

Comissão de Soluções Fundiárias do TJPR completa cinco anos de atuação

Comissão de Soluções Fundiárias
Conflitos em ocupações irregulares vem sendo enfrentados com técnicas de mediação e conciliação

A Comissão de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) completa cinco anos. As ações da Comissão impactaram a vida de 24.519 famílias, totalizando cerca de 98.076 pessoas que vivem em ocupações irregulares no estado. Ao longo desses anos, a Comissão interveio em 265 casos em 63 municípios do Paraná, entre eles, 222 passaram ou estão em mediação, resultando em 616 sessões de conciliação e 285 visitas técnicas. Até hoje, 41 casos tiveram uma solução positiva. Foram 4.549 famílias, cerca de 18.196 pessoas, que deixaram de sofrer a reintegração de posse em virtude de acordos.

“Os resultados atingidos pela Comissão do Paraná, cujo modelo foi replicado nos demais tribunais do país a partir de capacitação por nós ofertada, demonstram que a mediação é por vezes o melhor caminho para a resolução de conflitos complexos como estes e, por ela, ambas as partes podem ter seus interesses contemplados”, explicou o presidente da comissão e 2º vice-presidente do TJPR, desembargador Fernando Prazeres.

 

Propostas humanistas para solução dos conflitos

A comissão foi criada em 2019 com o objetivo de evitar o uso de força pública no cumprimento de mandados de reintegração de posse e minimizar os efeitos negativos nas desocupações para as pessoas em vulnerabilidade social. O Núcleo Itinerante das Questões Fundiárias e Urbanísticas (Nufurb) da Defensoria Pública do Paraná e o Ministério Público do Paraná, entre outros órgãos estatais, atuaram em conjunto com o TJPR nesses cinco anos para tentar resolver os conflitos fundiários urbanos e rurais que tramitavam no judiciário paranaense. A legislação brasileira garante uma série de instrumentos jurídicos que auxiliam as instituições no enfrentamento das questões que envolvem ocupações irregulares e os direitos básicos de cidadania das pessoas que vivem em condições adversas.

A comissão visitou esses aglomerados subnormais, como também são chamadas as ocupações, observando a precariedade das moradias e das condições de vida dos seus habitantes, o que levou a propostas humanistas para a solução dos conflitos, considerando também os diversos fatores que envolvem garantias fundamentais, preconceitos e estigmatização social. “O que não se pode admitir é a pronta criminalização deste significativo contingente populacional, segregando quem já está socialmente segregado”, adverte o desembargador Fernando Prazeres.

publicidade

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress