Foto: Valdecir Galor/SMCS
As obras de prevenção contra enchentes realizadas pela Prefeitura de Curitiba nas Administrações Regionais do Boqueirão, Cajuru e Boa Vista evitaram que os rios que cortam esses locais transbordassem.
O trabalho resulta em rios mais limpos, substituição de tubulações menores por de grande porte e contenção de rios que sofriam com deslizamentos e causavam enchentes.
Neira Carmen da Silva, diretora do Centro de Educação Integrada Lar Dona Nenê, que fica no bairro Xaxim, em frente aos córregos Esmeralda e Ribeirão dos Padilhas, conta que os trabalhos de limpeza realizados pela Prefeitura nos dois rios evitaram que a água saísse do leito com a chuva da semana passada.
“Tivemos vários históricos de enchente aqui. Em 2011 a água invadiu a creche, derrubou o muro, que tem 2,14 metros de altura, e a água chegou a 1,5 metro”, relatou.
Neira destaca que mesmo com as fortes chuvas, a vazão do Ribeirão dos Padilhas está boa e não houve ocorrência de alagamentos. “É um trabalho muito rico, feito pela Regional Boqueirão e pela Prefeitura, com máquinas no rio, conscientização com as famílias através de um trabalho comunitário. Isso dá resultado”, concluiu Neira, que é presidente do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil Esmeralda, que atua em parceria com a Defesa Civil no plano de contingência da cidade.
Na região do Boqueirão, paralelo à Rua Cel Francisco H. Dos Santos, próximo ao Canal Belém, mora Roberto dos Santos, de 51 anos. Ele já perdeu móveis em cheias anteriores. “Agora melhorou muito. Faz dois anos que não temos enchente. Depois que as máquinas realizaram a drenagem no Rio Belém a coisa melhorou”, disse Santos.
Morador no bairro Cajuru desde 1972, Ozei Kmetiuk mora em frente ao Córrego Tófilo Otoni – que deságua no Rio Atuba. No passado chegou a perder tudo, quando a água atingiu um metro da casa. Neste ano, a Prefeitura realizou a ampliação da tubulação e manutenção de uma ponte a poucos metros da sua casa. “Essas manilhas grandes resolveram o problema de enchentes, pois deu maior vazão ao córrego que não represou mais a água. Era um problemão antes. Cheguei a perder tudo que tinha em casa e tive que recomeçar do zero”, disse Ozei.
Outras obras
O mau cheiro e mato nas margens dos córregos Estribo Ahú e do rio Bacacheri, nos bairros Boa Vista e Tingui, não existem mais. A Prefeitura concluiu a implantação de mais de 350 metros de galerias no sistema pré-moldado. A obra aumenta a segurança em dias de chuva e dá mais escoamento às águas pluviais. Já melhorou significativamente a aparência do local, que teve correção de talude, plantio de grama e mudas de árvore e implantação de asfalto com meio-fio.
De acordo com Luiz Henrique Martins, de 70 anos, comerciante no bairro Tingui, na Rua Diógenes do Brasil Lobato, que recebeu 249 metros de revitalização, entre as ruas Edmundo Alberto Mercer e Miguel Jorge Nasser, mesmo com as chuvas dos dias 21 e 22 de outubro, pela primeira vez ele constatou que a obra resolveu o problema de enchentes. “O trabalho de contenção mostrou que mesmo com as fortes chuvas, o rio não transbordou”, disse Martins. Ele relembra que antes a vizinhança sofria e tinha que esperar a água baixar para contabilizar os estragos. “O rio Tingui transbordava, entrava no meu comércio e chegou a derrubar o muro da minha casa e dos vizinhos. Tínhamos problemas de ratos, e quando a água baixava era um estrago só”, contou.