O uso de dispositivos eletrônicos em sala de aula tornou-se um tema central nas discussões educacionais no Brasil. Com a crescente digitalização, escolas enfrentam o desafio de integrar essas tecnologias de forma equilibrada. De acordo com a pesquisa TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) Educação 2023, 28% das escolas proíbem o uso de celulares para evitar distrações e manter o foco dos estudantes.
A preocupação com a capacidade dos estudantes de se concentrarem nas tarefas propostas pelos professores é uma das principais razões pelas quais as escolas estão optando por proibir o uso de dispositivos eletrônicos em sala de aula. “Se o uso dos aparelhos não for equilibrado, o acesso irrestrito a celulares pode prejudicar a atenção das crianças e adolescentes, além de afetar o comportamento, incentivando a dispersão e a dependência tecnológica desde cedo”, alerta Esther Cristina Pereira, conselheira e psicopedagoga da Escola Atuação.
Segundo a pesquisa, 64% das instituições permitem o uso de dispositivos eletrônicos com regras específicas, limitando os horários e espaços determinados. “Quando as escolas buscam adotar essa abordagem, tem como objetivo tentar equilibrar o uso da tecnologia com a disciplina, acreditando que, com orientações claras, os dispositivos podem apoiar o aprendizado se usados com responsabilidade”, explica Esther.
Enquanto a maioria das escolas adota restrições ao uso de dispositivos eletrônicos, apenas 7% permitem o uso irrestrito de celulares, confiando na autonomia dos estudantes. No entanto, de acordo com a psicopedagoga, essa abordagem levanta preocupações sobre como a liberdade total pode impactar o desempenho acadêmico e as interações sociais dos estudantes.
“A discussão sobre o uso de celulares em sala de aula revela diferentes perspectivas sobre a tecnologia na educação. Embora alguns considerem os dispositivos eletrônicos essenciais para o aprendizado, outros alertam para os riscos de distração, dependência tecnológica e prejuízo nas habilidades de concentração e socialização. É crucial equilibrar o uso da tecnologia para evitar esses problemas”, adverte Esther.