Foto: Valdecir Galor/SMCS
Motoristas que passaram na manhã de quinta-feira (24) pelo Portal de Santa Felicidade receberam orientações sobre segurança do trânsito.
Agentes de trânsito e 12 crianças integrantes da Guarda Mirim de Curitiba – estudantes da Escola Municipal dos Vinhedos -, acompanhados de representantes da Guarda Municipal e da Administração Regional, fizeram o trabalho de conscientização de motoristas e passageiros. Ao todo, 162 motoristas foram abordados, em uma blitz educativa que serviu para conscientizar sobre a mudança de atitude, com base na campanha “Seja Você a Mudança no Trânsito”.
A atividade de abordagem de veículos faz parte da programação da Semana Nacional do Trânsito em Curitiba. As crianças chamaram a atenção dos condutores de veículos para obrigatoriedades e responsabilidades sobre a segurança no trânsito que cabem a cada um de nós: o uso do cinto de segurança por todos os ocupantes do veículo, a forma correta de utilização das cadeirinhas de crianças, o respeito à sinalização, não dirigir depois de ingerir bebidas alcóolicas ou falando ao celular.
Antes de iniciar as abordagens, agentes da Setran orientaram as crianças e entregaram os kits de materiais informativos que foram distribuídos aos motoristas e passageiros, com informações sobre os equipamentos de proteção individuais; sobre a localização, limite de velocidade e recomendações para o trânsito na Área Calma e, também, a respeito da recém-criada Escola Pública de Trânsito no bairro Fazendinha.
Abordagem que sensibiliza
“A presença da criança ajuda a resgatar valores como respeito, educação, gentileza, atitudes e comportamentos que as pessoas precisam ter no trânsito. Essa sensibilização é maior quando as crianças participam, porque o motorista respeita e muda de atitude. A postura da criança na abordagem, gera uma reflexão bem positiva e a conscientização que a gente pretende atingir com a blitz”, conta a assessora do Projeto Trânsito com Educação e coordenadora da atividade pela Setran, Jucélia de Fátima Valle.
Rodrigo Pawilak, estudante e integrante da Guarda Mirim há dois anos, participou pela primeira vez de uma atividade assim. Em cadeira de rodas, devido a uma lesão congênita na coluna, ele abordou as pessoas e disse que gostou muito de passar para elas a conscientização sobre a não utilização do celular enquanto dirige, o respeito à sinalização e aos limites de velocidade. Foi para ele que a advogada Patrícia de Cássia Pereira Jorge deu satisfações: “Você pode ver que estou fazendo tudo certinho. Usando o cinto e mantendo o celular na bolsa.
Nem ouço se tocar”, disse. Ela aprovou a blitz educativa e parabenizou a Prefeitura pela iniciativa. “Muito boa. As crianças são mais conscientes e os pais acabam ouvindo mais elas também”, completou.
A professora Sônia Nadur, do Núcleo Regional de Educação de Santa Felicidade, destaca o potencial de multiplicação das crianças nessas ações preventivas. “Elas são multiplicadoras fieis, que não somente ajudam na conscientização na blitz, mas também para dentro das próprias famílias”, diz. Esse é o caso da estudante Giovanna Cardoso, de dez anos, que participa pela segunda vez de uma blitz educativa. “Achei legal e por isso voltei”, diz Giovanna. “Aprendi a respeitar o trânsito de verdade e ensinei meus pais também”, conta.
O médico Afonso Lopes também elogiou a iniciativa, depois de passar pela blitz. “Boa a ideia de vocês. É um incentivo para as crianças aprenderem também. Uma sementinha sendo plantada nos futuros motoristas”, avaliou.
O supervisor da Guarda Municipal de Curitiba, Ayrton Cesra Storer, responsável pelo programa da Guarda Municipal Mirim, conta que são tradicionais pelo menos três grandes atividades educativas sobre segurança no trânsito ao longo do ano: no início do ano letivo em fevereiro, na volta às aulas, em agosto, e na Semana Nacional do Trânsito, em setembro. “Fora essas três datas especiais, a gente também promove atividade com as crianças nas escolas, encontros, acantonamentos e quando a Secretaria Municipal de Educação solicita”, informa. “A gente percebe que depois de cada atividade eles ficam mais responsáveis, mais cuidadosos e ao longo da atividade desenvolvem uma espécie de ‘olhar clínico’ quando fazem a abordagem dos veículos”, explica.
Estatísticas
Segundo o relatório do Comitê de Análise de Acidentes do Projeto Vida no Trânsito, com base em dados de registro de ocorrências em 2014, em números absolutos, os jovens de 20 a 29 anos são as principais vítimas do trânsito de Curitiba. Mas quando a análise é sobre a taxa de perigo dessas incidências por faixa etária, o grupo de maior risco de morte no trânsito da cidade é formado por idosos com idade igual ou superior a 60 anos.
Esse relatório também aponta que o risco de um homem morrer no trânsito de Curitiba é três vezes maior que o risco observado nas mulheres. Entre os vários fatores de risco e de condutas de risco, a atitude imprudente e o desrespeito à sinalização se destacam.
Ainda com base nesse estudo do Projeto Vida no Trânsito, a análise sobre 170 acidentes apontou que o uso de álcool foi fator de risco que contribuiu para a ocorrência de 52 acidentes fatais (30,6%) em 2014 e a velocidade contribuiu para 51 acidentes fatais (30%). O desrespeito à sinalização aparece como conduta de risco que contribuiu para 45 acidentes fatais (26,5%) no ano passado e a atitude imprudente do pedestre foi o que tornou possível a ocorrência de 53 acidentes fatais (31,2%).
