A infância é um período muito importante de crescimento e maturidade da criança. Todo o corpo, especialmente a estrutura do cérebro, está em processo de modelagem e desenvolvimento, e, portanto, é mais sensível a estímulos externos, incluindo a exposição a telas.
A defesa de educadores, psicólogos e outros profissionais por mais cuidado e moderação dos meios eletrônicos durante esse período não é novidade. Durante a infância, as crianças estão mais suscetíveis a desenvolver hábitos e comportamentos a partir de suas experiências precoces.
O período de férias escolares é uma oportunidade valiosa para elas se desligarem das telas e se conectarem com experiências do mundo real. Diretora e pedagoga da escola Interpares, Dayse Campos explica que o uso excessivo de telas tem sido associado a diversos problemas, como distúrbios do sono, sedentarismo, problemas de visão e dificuldades de concentração.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças e adolescentes passem no máximo duas horas por dia em atividades de tela, excluindo o tempo usado para estudos. Durante as férias, é essencial aproveitar a oportunidade para reduzir ainda mais esse tempo e estimular outras formas de diversão e aprendizado.
Tanto é verdade que se compararmos as sensibilidades dos adultos de hoje, que não tiveram acesso a tanta tela na infância com as crianças, estes têm maior consciência para gerenciar o tempo e o conteúdo consumido, ou seja, conseguem fazer o paralelo entre o tempo de tela saudável e o vício.
Já as crianças, por ainda não estarem completamente desenvolvidas, possuem maior propensão ao desenvolvimento de vício em telas, isso porque, acontece a liberação de hormônios e neurotransmissores relacionados a vício.
Com o passar do tempo, crianças expostas a telas em excesso tem sua capacidade de se comunicar, socializar e se engajar em atividades saudáveis fora das telas afetadas. É nas interações com o ambiente, professores e pais que as crianças percebem seu potencial para ampliar suas habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais.
“Em meio a tantas transformações digitais e apegos às telas, é essencial para um crescimento saudável para as crianças a descoberta da magia das tradições culturais, especialmente quando se trata do período de férias”, enfatiza a diretora da Interpares.
Dayse lista cinco atividades para ajudar pais e cuidadores:
1 – Exploração da natureza: Caminhadas, passeios de bicicleta, piqueniques e acampamentos. As crianças aprendem sobre a flora, fauna e ecossistemas, desenvolvendo uma apreciação e respeito pela natureza.
2 – Atividades criativas: Pintura, desenho, construção de brinquedos e artesanato. A confecção de fantasias, por exemplo, envolve a escolha de temas, seleção de materiais e a aplicação de habilidades manuais.
3 – Esportes e jogos: Futebol, vôlei, brincadeiras de esconde-esconde, entre outros. Atividades ao ar livre incentivam o exercício físico, melhorando a saúde cardiovascular, força muscular e coordenação motora. Movimentos como correr, pular e escalar ajudam no desenvolvimento das habilidades motoras grossas e finas.
4 – Eventos culturais: Visitas a museus, teatros, feiras de livros e apresentações musicais. Entender o passado por meio de exposições e apresentações ajuda as crianças a desenvolverem um senso de identidade e continuidade histórica.
5 – Leitura e contação de histórias: Criação de clubes de leitura, contação de histórias em grupo e leitura em família. A exposição a uma ampla variedade de palavras e estruturas de frases melhora o vocabulário e a habilidade de comunicação. Ao ouvir ou ler histórias, as crianças aprendem a fazer previsões, entender causas e efeitos e pensar criticamente sobre os eventos e personagens. As férias são um período precioso para as crianças e adolescentes se reconectarem consigo mesmos, com a família e com o mundo ao seu redor.
“Ao incentivar a redução do tempo de tela e a exploração de atividades diversas, contribuímos para um desenvolvimento mais saudável e equilibrado dos nossos jovens”, finaliza a diretora da escola Interpares, Dayse Campos.