A Escola do Legislativo da Assembleia, em conjunto com o programa Interlegis do Senado Federal promoveu nos dias 26 e 27, quarta e quinta-feira, no Plenarinho Deputado Luiz Gabriel Sampaio da Assembleia Legislativa, a oficina de capacitação em Inteligência Artificial na Comunicação Digital para servidores legislativos estaduais e municipais.
Para o programa Interlegis o objetivo desta oficina que vem acontecendo em diversos parlamentos pelo país é propor uma reflexão sobre a Comunicação Digital em tempos de IA decorrente do avanço e popularização desta tecnologia que já está impactando no trabalho cotidiano na área de comunicação e marketing e como é possível utilizar as ferramentas de inteligência artificial na produção de conteúdo para mídias sociais, no planejamento em comunicação integrada e nas campanhas eleitorais.
A coordenadora pedagógica da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Paraná, Roberta Picussa avaliou as oficinas ministradas pelo programa Interlegis de Mídias Sociais e de Inteligência Artificial. “O curso foi super direcionado para servidores de casas legislativas, inclusive o palestrante trabalha no Senado, então vive as mesmas questões, trabalha com parlamentares, conhece o texto, a campanha, como é que se trabalha com isso, como é que a casa se comporta. Então, as oficinas foram superprodutivas, porque ele está falando sobre uma realidade que é do legislativo e todas as pessoas que estão aqui também são servidores de câmaras e da própria Assembleia. São exemplos que o palestrante apresentou que são muito práticos para o nosso dia a dia e que podem ser inseridos na nossa rotina. A inteligência artificial está aí para ficar e precisamos nos adaptar a ela, olhar criticamente para ela. Esse é um tema importante para todos os servidores entenderem como que ela se encaixa no trabalho, no serviço público”.
A IA é uma tecnologia que se baseia em algoritmos avançados, processamento de linguagem natural (PLN) e aprendizado de máquina para coletar, analisar e interpretar grandes volumes de dados. John McCarthy, cientista de computação e reconhecido como o criador do termo ‘inteligência artificia” reflete que “o uso da IA na comunicação é uma tendência que veio para ficar. Os comunicadores, com o uso da IA, conseguem entender melhor o público-alvo, personalizar mensagens, segmentar eficazmente seus públicos, prever tendências e conseguir ter uma comunicação mais assertiva. No entanto, a IA não substitui o julgamento humano e a ética. Ela é uma ferramenta poderosa, mas sua aplicação deve ser cuidadosamente monitorada para garantir que seja usada de maneira responsável. Àqueles que conseguirem unir a IA com uma compreensão profunda dos princípios éticos são os que estarão bem posicionados para liderar a comunicação do futuro”.
Inteligência Artificial na próxima campanha eleitoral
Para Tadeu Sposito, analista legislativo, responsável pelos perfis oficiais do Senado Federal, coordenador do Núcleo de Mídias Sociais no Senado Federal e palestrante da oficina “a oficina foi um sucesso, o público estava bastante interessado, querendo aprender sobre estratégias em mídia social, querendo entender as ferramentas de inteligência artificial, observando os exemplos práticos e como conseguimos trabalhar no nosso dia a dia com essas ferramentas. Espero que esse seja só o começo de uma parceria entre a Escola do Legislativo do Paraná e o Interlegis para que possamos trazer cada vez mais oficinas, cursos e soluções aos legislativos do estado”.
Tadeu Sposito também avaliou o uso de inteligência artificial na próxima campanha eleitoral, que na sua visão, será usada pela primeira vez de forma contínua. “Pela primeira vez o Brasil vai passar para uma campanha eleitoral com ferramentas de inteligência artificial que estão num estágio de qualidade e ao mesmo tempo de baixo custo de acesso. A IA pode influenciar nessa campanha de maneira muitas vezes nociva. Então, o que se pode fazer? Regulamentar foi a tentativa que o TSE fez, editando uma resolução que limita bastante esse tipo de coisa, mas uma coisa é o que se coloca no papel, outra coisa é o que vamos ver na prática. Estou curioso e apreensivo para ver como é que vai ser, se essa regulamentação vai ser efetiva no sentido de coibir os atos nocivos, por exemplo, fazer com que alguém mude a voz de alguém para dizer algo que não disse ou para que alguém manipule uma imagem para que algo que não aconteceu pareça que aconteceu”.
“Por mais que seja vedado na legislação, uma vez que aquilo é feito e publicado, o estrago já está feito, porque até que se tire do ar, até que se corrija, já foi um tempo e as coisas já foram disseminadas, às vezes até viralizam. As empresas de tecnologia, que é por onde circulam essas informações, têm um papel muito importante nesse processo, porque sem o apoio delas, sem essa conversa azeitada entre estes entes, pode ser que tenhamos problemas”, concluiu Sposito.