Na Câmara dos Deputados, um grupo de parlamentares decidiu unir-se em defesa da criação de mais escolas cívico-militares em todo o país. Para isso, foi lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa das Escolas Cívico-Militares, no dia 6, quarta-feira. A iniciativa foi do deputado federal Coronel Zucco (Republicanos-RS), e conta com a participação de deputados e senadores, entre eles, os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Zé Trovão (PL-SC), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sargento Fahur (PSD-PR) e os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC). O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu ao lançamento, tendo sido ovacionado por apoiadores aos gritos de “mito”.
Dados animadores do Mec
Zucco destacou relatório do MEC – Ministério da Educação, de dezembro de 2022, em que aponta dados animadores nas escolas onde foi implantado o modelo de ensino cívico-militar: redução de 82% da violência física; 75% da violência verbal; 82% da violência patrimonial; 80% da evasão e abandono e um aumento de 85% no nível de satisfação global com o ambiente escolar. Além de elevação nos índices do Ideb – Índice da Educação Básica nas escolas cívico-militares. O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (PL-SP), também participou do evento e tem afirmado que pretende ampliar o número de escolas cívico-militares no estado que, atualmente, conta com dezenove instituições. “Os alunos têm uma grande oportunidade. Como é bom ter um momento de amor à pátria. Ter disciplina, boa formação que vai fazer a diferença”.
Escola de qualidade
Bolsonaro disse que “o objetivo final é vocês serem alguém que produza e não que viva do Estado. Isso só é possível se vocês tiverem uma boa carga de conhecimento. Queremos os nossos filhos melhores do que nós e só tem um caminho pra isso, uma escola de qualidade. Algo que tenha disciplina e hierarquia? Onde se conhece isso? Nessas escolas cívico-militares”, argumentou a alunos das escolas cívico-militares presentes, três de Minas Gerais e duas do Distrito Federal.
Encerramento do Pecin
Após o anúncio, pelo MEC, de que o governo Lula deverá encerrar, em 2024, o Pecin – Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, cerca de dezenove governadores anunciaram que deverão manter as escolas já implantadas pelo governo federal na gestão passada, incorporando-as à gestão estadual, a partir do ano que vem. Além de São Paulo e Paraná, estão Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Goiás e outros.
Mais 82 escolas cívico-militares no Paraná
Nos últimos dias 28 e 29 de novembro, o governador Ratinho Junior realizou uma consulta pública em 126 escolas de 56 municípios do estado, com o intuito de implantar o modelo cívico-militar. Atualmente, são 194 escolas neste modelo, geridas pelo estado, e mais doze, do programa nacional. A votação popular demonstrou aprovação em 65% do total das escolas consultadas. Ou seja, o Paraná deverá ganhar mais 82 escolas cívico-militares em diversos municípios como, Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu, Apucarana e cidades da Região Metropolitana da capital, a exemplo de Piraquara, Pinhais, Colombo e São José dos Pinhais. O Paraná é o estado que mais conta com escolas neste modelo de ensino.
Desinformação e fake news
Das 127 escolas consultadas, a comunidade de 44 delas optou pela manutenção do modelo atual. Apesar de 65% ter sido um percentual bastante satisfatório ao Governo do Estado, é necessário investir mais em campanhas de esclarecimentos à comunidade escolar sobre como funciona o modelo cívico-militar, uma vez que há ainda muita desinformação levada à comunidade. O Governo do Estado pretende, em breve, realizar mais consultas em outras instituições de ensino. Estão previstos mais 35 colégios em 21 municípios. Conforme o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, tem dito: “Trabalhamos com resultados e ensino de tempo integral, não com ideologias”. A APP – Sindicato, por sua vez, que é assumidamente contra a implantação, acredita que a recusa da comunidade escolar de 44 instituições representa um avanço, uma vez que, na consulta anterior, em 2020, um percentual menor de escolas recusou o modelo. Enfim, quando se trata de votação popular, as campanhas “contra” e a “favor” fazem parte da democracia. Mas, que sejam combatidas as fake news e a desinformação.