O prefeito de Curitiba, Rafael Valdomiro Greca de Macedo, falou durante o Grande Expediente da sessão plenária do dia 29 de agosto, terça-feira, sobre o Paranismo. A iniciativa faz parte das celebrações dos 170 anos de criação do Estado do Paraná, comemorado neste dia.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSD), saudou o prefeito de Curitiba. “O prefeito Rafael Greca é uma grande figura do cenário político do Estado, conhecedor profundo de Curitiba, um amante do Paraná. Tem uma sabedoria que realmente é respeitada, portanto a sua estada aqui tem este objetivo. A deputada Márcia Huçulak (PSD) é quem propôs a possibilidade de sua vinda para falar sobre o Paranismo aos senhores deputados e é sempre muito bom ouvir o prefeito Rafael, que é um homem de um capital de conhecimento inquestionável, por isso a Assembleia o recebe de braços abertos”, disse.
A deputada Márcia Huçulak, proponente da visita do prefeito da capital à Assembleia Legislativa, explicou a deferência. “No dia da comemoração do aniversário do nosso estado, nada mais oportuno do que falar da nossa identidade o que nos distingue como paranaense. Falar das nossas origens, história, cultura, tradições e costumes. Daquilo que nos identifica. Como disse Romário Martins, que exerceu mandato como deputado e foi líder do movimento paranista: ‘paranista é todo aquele que tem pelo Paraná uma afeição sincera e que notavelmente demonstra em qualquer manifestação de atividade digna, útil a coletividade paranaense’, afirmou.
O prefeito Greca pontuou que “vem aqui na Assembleia a convite da deputada Márcia Huçulak e do presidente Ademar Traiano para falar sobre os 170 anos da criação do Paraná. Esta data, 29 de agosto de 1853, nós comemoramos há 20 anos atrás, quando fizemos um monumento em bronze no supedâneo da mesa da Assembleia elaborado pelo escultor Ricardo Tod. A ideia de celebrar este aniversário é reforçar o grande nome desta terra, a força da nossa gente, a pujança econômica e a prosperidade que o nosso estado oferece ao Brasil e o entusiasmo de deputados em afirmar boas estruturas de saúde, de transporte, de humanidade, de educação. Nós queremos para nossa terra de semeadores um grande e lindo futuro e é isso que meu coração de prefeito nos 170 anos do Paraná e nos 330 anos de Curitiba deseja a todos vocês”.
O deputado Luiz Fernando Guerra (União) é o autor da lei estadual nº 20.662/2021 que instituiu a data comemorativa no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Paraná para resgatar a memória histórica da emancipação, seu significado político e sua relevância na consolidação e integração sociocultural dos paranaenses. “Essa lei foi uma iniciativa do Movimento Pró-Paraná que nos trouxe esta correção histórica com relação a criação do nosso estado e vejo que a Assembleia merecia fazer um projeto desta envergadura para que a gente corrigisse a questão que vinha há muitos anos induzindo as pessoas ao erro e por isso agora é um marco histórico do nosso estado este resgate cultural”, destacou.
O deputado Reichembach (PSD) saudou a presença do prefeito Rafael Greca e do vice-prefeito e secretário de estado das Cidades, Eduardo Pimentel, agradecendo a iniciativa da deputada Márcia Huçulak. “O prefeito Greca nos presenteou com esta aula sobre o Paraná e por isso gostaria de parabenizar todo nosso estado nessa data dos 170 anos, porque temos muito a comemorar por tudo que representamos para o Brasil”, declarou.
Paranismo
O Paranismo foi um movimento regionalista de construção identitária do Paraná que teve início após a emancipação política do estado, em 1853, e que se popularizou no final da década de 1920. Com características artísticas e culturais ficou marcado pela busca de uma autenticidade e identidade regionais.
O movimento contou com participação de intelectuais, artistas e literatos que se tornaram os principais “arquitetos” de uma identidade local cultuando e divulgando a história e as tradições da terra paranaense. Foi um movimento que não teve a consistência de um manifesto, de uma escola ou de uma estruturação teórica ou acadêmica. Foi principalmente através das artes plásticas que se procurou construir uma identidade regional do Paraná, para criar na população local um sentimento de pertencimento à terra.
O principal expoente dos intelectuais do Paranismo foi o jornalista e historiador Alfredo Romário Martins, autor de História do Paraná, publicado em 1899 e considerada uma das obras fundadoras da historiografia paranaense. A obra apresenta um texto extremamente narrativo, jornalístico e informativo, elencando uma série de informações detalhadas, abrangendo localidades e épocas de uma forma sequencial.
A obra de Romário Martins legitimou-se, naquela época, como a história oficial do Paraná, sobretudo, pelo seu reconhecimento científico. Dessa forma, História do Paraná influenciaria decisivamente a elite intelectual paranaense da época no processo de construção identitária do estado.
Artistas como João Turin e Erbo Stenzel (na escultura); Alfredo Andersen e Gustavo Kopp (na pintura); Brasílio Itiberê, Augusto Stresser e Bento Mossurunga (na música); João Groff e Augusto Weiss (na fotografia); Annibal Requião e Arthur Rogger (no Cinema) são outros expoentes do Paranismo que marcaram o movimento.
Em 1953, ano das comemorações do centenário da emancipação do Paraná, o Paranismo reviveu novo período de destaque, fazendo parte das comemorações oficiais. Sobretudo em Curitiba, foram fundados alguns monumentos, cuja influência do Paranismo é notória como a praça 19 de Dezembro.