sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Presidente da Câmara de São José dos Pinhais concede entrevista ao jornal A Gazeta Região Metropolitana

Presidente da Câmara de São José dos Pinhais concede entrevista ao jornal A Gazeta Região Metropolitana

Allax Siqueira, presidente da Câmara de São José dos Pinhais

O vereador Allax Siqueira (PTB) está em seu segundo mandato e iniciou 2023 com a responsabilidade de presidir o Poder Legislativo Municipal de São José dos Pinhais (biênio 2023-2024) após disputa apertada com o então presidente da Casa, vereador Abílio, vencendo-o pela diferença de um voto, em dezembro passado. O parlamentar destaca-se por adotar uma postura independente na Câmara Municipal de São José dos Pinhais, juntamente com um grupo de nove vereadores

A Gazeta Região Metropolitana: O que levou o seu grupo político a disputar a presidência da Câmara e a adotar uma postura de independência em relação ao Poder Executivo municipal?

Allax Siqueira: Fiz questão que o vereador José Possebon estivesse nesta entrevista porque ele foi um dos que acreditaram no nosso projeto, lá, atrás, de buscarmos mais independência, uma vez que sabemos que os três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – devem ser autônomos, jamais devendo um se sobrepor ao outro. O Poder Legislativo, vale lembrar, tem o papel de fiscalizador, mas também de apontar soluções. Não fazemos oposição por oposição, não queremos o mal da cidade. Sempre temos aprovado todos os projetos enviados pelo Poder Executivo. Quando necessário, ampliamos o debate criando comissões especiais para melhor discutir os projetos.

A Gazeta: Como está a composição da Casa, em termos de base aliada da prefeita Nina Singer?

Allax Siqueira: De 21 vereadores, dez são independentes, dez são da base e tem um que flutua entre esses dois posicionamentos, a depender do projeto.

A Gazeta: O seu grupo tem realizado blitze de fiscalizações ao trabalho das Secretarias, a exemplo da Secretaria de Saúde. Conte-nos sobre esse trabalho.

Allax Siqueira: Sim, temos feito essas blitze. Na Secretaria de Saúde, encontramos irregularidades a partir de denúncia envolvendo um servidor comissionado, que já foi exonerado.

A Gazeta: Em relação ao Hospital e Maternidade, qual sua avaliação sobre as atuais demandas?

Allax Siqueira: É necessário um novo hospital. A atual estrutura já não comporta mais a demanda.

A Gazeta: Mas, há um projeto para a construção de um novo hospital no município, não?

Allax Siqueira: Sim, a Prefeitura doou o terreno. Mas, ainda não recebemos nenhum documento, nem vimos o projeto.

A Gazeta: Sobre a instalação da Electrolux, qual sua avaliação sobre o contrato?

Allax Siqueira: Apoiamos a instalação da empresa, será muito benéfica ao município. O único esclarecimento que buscamos foi sobre o investimento da Prefeitura que, inicialmente, disseram que seria de R$ 50 milhões e, depois, o secretário de Finanças disse que seria de R$200 milhões. A Prefeitura cedeu o terreno, numa concessão, e fará investimentos em infraestrutura no entorno, além de pagar as indenizações pela desapropriação de imensa área rural, maior que 400 campos de futebol.

A Gazeta: Quanto às indenizações, há proprietários que consideraram sub-valorização nos pagamentos?

Allax Siqueira: Sim, mas acredito que serão sanadas essas questões.

A Gazeta: Quanto a instalação da Electrolux, quais os benefícios ao município e à população?

Allax Siqueira: Estima-se a geração de 400 empregos diretos e 800 indiretos, inicialmente. E uma arrecadação de R$10 milhões ao ano.

A Gazeta: Quanto aos incentivos fiscais, o senhor concorda com os incentivos concedidos a Electrolux?

Allax Siqueira: É necessário criar um ambiente favorável aos investimentos. Os incentivos fiscais fazem parte, a exemplo da isenção de IPTU por 50 anos e do desconto de ISS, de 5% para 3% para a Electrolux. Defendemos que se gere um ambiente favorável a todos os investimentos, trazendo estímulos ao empreendedorismo, a todos que queiram gerar emprego e renda no município. E temos sempre sido atendidos pela gestão quando solicitamos algo nesse sentido.

A Gazeta: A CPI do Transporte Público trouxe visibilidade a sua atuação como vereador, bem como a de seu grupo. Quais os desdobramentos da CPI?

Allax Siqueira: Fui o relator, e o vereador José Possebon a presidiu. Dessa CPI, vieram vários procedimentos administrativos, inquéritos no Ministério Público, indiciamentos, multas milionárias. Dezoito novos ônibus estarão sendo apresentados pela empresa Auto Viação São José como fruto de uma determinação judicial, nos próximos dias. Era meu primeiro mandato, a CPI durou quase dois anos, e é mérito do trabalho de um grupo de vereadores. E novos desdobramentos da CPI ainda estão por vir.

A Gazeta: Sobre os radares no município, como foi a denúncia feita ao Ministério Público envolvendo a empresa contratada?

Allax Siqueira: Os vereadores fizeram um estudo resultando em um relatório de mais de 2 mil páginas encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado. O MP deu parecer favorável, acatando a denúncia, e apresentando prazos para apresentação das defesas. O contrato ainda está vigente até decisão judicial.

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