Nova era dos negócios na Web3: E o empreendedorismo, como fica?

Nova era dos negócios na Web3: E o empreendedorismo, como fica?

A Web3 é a nova realidade para o mundo dos negócios e cada vez mais empreendedores estão investindo nesse universo. Dados do Gartner, uma das principais empresas mundiais especializadas em pesquisa e consultoria em tecnologia da informação, apontam que a economia baseada em blockchain deve movimentar mais de R$14 trilhões até 2030. Vista como a revolução da internet, a Web3 tende a ser mais aberta, transparente e democrática que a atual era das Big Techs.

Antes de mais nada, é importante esclarecer que a Web3 é sobre comunidades e existem alguns princípios básicos para conseguir empreender de forma efetiva na Web3. Essas comunidades se organizam em torno de um propósito e podem, até mesmo, se organizar em torno de um produto. Reconhecer a importância das comunidades fará toda diferença nas relações das marcas com seus consumidores.

Esse novo olhar de valorização das comunidades irá permitir que os novos serviços e produtos sejam criados a partir das comunidades e não apenas para as comunidades. Pela importância desse conceito de comunidades, a Web3 ainda diz respeito à noção de propriedade, ou seja, os novos consumidores querem mais do que apenas consumir, eles querem efetivamente fazerem parte de algo que acreditam e apoiam.

Por essa razão, um negócio que hoje funciona na Web2 poderá, sim, incorporar os conceitos das Web3. No entanto, é preciso lembrar que a transição para uma nova geração de tecnologias demanda também um mindset alinhado a essas exponencialidades advindas da Web3. Como ainda está em desenvolvimento, a Web3 se apresenta como um espaço para testes de novas propostas de interação e até mesmo modelos de negócios, no entanto, existem desafios.

O primeiro deles é entender quem é o seu cliente e se ele já está – ou quer estar – dentro desta nova realidade – Metaverso, Comunidades, Marketplaces de NFTs e assim por diante. Isso significa que as empresas precisam traçar um plano de curto, médio e longo prazo para a entrada na Web3, levando em consideração a maturidade de conhecimento sobre o assunto. Após reconhecidos esses pontos, o desenvolvimento de um roadmap plausível permite às empresas fazerem suas primeiras incursões na Web3 e observarem – efetivamente – as vantagens que ela oferece.

A partir disso, é perceptível que a Web3 irá impactar o mundo dos negócios como um todo, contudo, acredito que os negócios vão continuar operando nos dois modelos paralelamente por muito tempo: os tradicionais e os de web3. Não há nada que impeça as marcas de continuarem girando seus negócios nos modelos já conhecidos, mas já é preciso dedicar tempo e recursos para aplicar os conceitos da Web3 em seus projetos, e isto se faz cada vez mais urgente.

Há uma nova geração de consumidores que é, de fato, uma reserva de mercado prestes a explodir, inclusive impactando o ambiente de trabalho. A forma com que essa nova geração se relaciona com a tecnologia e até mesmo com seus ideais profissionais podem causar uma disrupção no modelo de trabalho atual. Basta nos perguntarmos se o mercado de trabalho, em especial, as empresas, estão prontas para absorver e manter essa mão de obra.

É claro que ainda há um longo caminho a percorrer, afinal, estamos tendo uma oportunidade única de observar um novo ecossistema para relações pessoais e profissionais se desenvolver do zero. A expectativa para o futuro é de termos cada vez mais experiências imersivas dentro de metaversos, hiper personalização do consumo e expansão da criatividade por meio das Inteligências Artificiais. Além de uma economia totalmente dedicada aos avatares e uma grande virada de chave para os produtores de conteúdo e artistas, que poderão também se beneficiar das plataformas de Web3 para monetizar de maneira mais justa suas criações.

Ana Wadovski é fundadora da Go Digital Factory, empresa que desenvolve soluções para educar pessoas sobre Web3, Metaverso e a Nova Geração de Tecnologias, formada em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), especializada em Produção Executiva pela Fundação Getúlio Vargas, e pós graduada em Digital Business pela FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista)

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