O Plano Estadual de Hidrogênio Renovável foi tema de uma reunião na Secretaria de Estado de Planejamento. Com participação do secretário da pasta, Guto Silva, e de representantes da Copel, Sanepar, Parque Tecnológico Itaipu, Compagás, Invest Paraná e da Secretaria da Fazenda, ficou definida a realização de um evento estadual sobre o tema em maio.
A previsão é que, no mesmo mês, seja estabelecida a contratação de um estudo profundo das potencialidades do hidrogênio renovável e de possíveis mecanismos de desoneração, visando despertar o interesse de players do setor.
“Estamos sempre acompanhando o que acontece nesta área, sobretudo na Europa, que pela grande dependência do gás da Rússia tem levado a grandes investimentos em hidrogênio renovável”, disse Guto Silva, destacando que essa energia hoje abastece indústrias, caminhões pesados, navios e aviões.
Segundo o secretário de Planejamento, o evento irá reunir pesquisadores e empresas vinculadas ao setor, com vistas a embasar a organização e preparação do Estado, a médio e longo prazo, posicionando o Paraná para quando essa tecnologia estiver madura.
O hidrogênio renovável se refere a progresso, sustentabilidade e riqueza para os paranaenses, segundo o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, visto que pode fazer com que os resíduos sanitários, caso sejam usados nessa produção, passem de um custo para o Estado para um ativo capaz de gerar receita. “Nosso alvo principal é a questão de fomento de uma economia circular e da proteção do meio ambiente. Nossa chance é agora, fazendo trabalhos como esses”, afirmou.
Com esse grupo de planejamento, de acordo com Rafael Lamastra Júnior, presidente da Compagas, o Paraná sai na frente, principalmente por integrar, logo no início dos trabalhos, entes envolvidos em toda a cadeia produtiva, do planejamento à distribuição dessa energia.
“O maior desafio hoje relacionado ao hidrogênio renovável é justamente a distribuição, processo que envolve nossa companhia e que é parte sensível da cadeia, que exige amplo mapeamento das demandas do setor”, diz Lamastra Júnior.
COPEL
Cássio Santana da Silva, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, disse os principais atores da cadeia de energia do Estado e, especialmente, de hidrogênio renovável, estão imbuídos em construir e seguir um caminho comum. “Construir uma política pública com desoneração da cadeia produtiva do hidrogênio é um passo à frente para que a gente possa reunir todos esses entes e, obviamente, clientes interessados em investir no setor, para fomentar o desenvolvimento do Paraná”, afirmou.
A Copel está com um edital de chamada pública aberto para projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de novas tecnologias relacionadas à produção de hidrogênio de baixo carbono oriundo de biomassa, biocombustíveis e outros resíduos de natureza orgânica. A data limite para submissão de propostas é 28 de fevereiro de 2023. Serão destinados até R$ 7,6 milhões para projetos contemplados.
Os proponentes devem apresentar projetos que se enquadrem em pelo menos uma das quatro linhas de pesquisa definidas em edital: desenvolvimento de metodologia para produção de hidrogênio de baixo carbono, busca de soluções inovadoras para a logística e distribuição de hidrogênio de baixo carbono, busca de soluções inovadoras para armazenamento do hidrogênio de baixo carbono e busca de soluções inovadoras para novas aplicações e uso do hidrogênio de baixo carbono.