Marcia Huçulak tem na Assembleia um novo desafio na carreira após liderar o enfrentamento à pandemia em Curitiba

Marcia Huçulak tem na Assembleia um novo desafio na carreira após liderar o enfrentamento à pandemia em Curitiba

Como deputada estadual mais votada entre as mulheres, ela vai dedicar o mandato a lutar por temas femininos, mas avanços e aprimoramento da legislação em torno da saúde pública também estarão no foco da ex-secretária de Saúde de Curitiba

Entrar na política nem estava nos planos da catarinense de Tangará, descendente de italianos por parte de mãe e de ucranianos por parte de pai, que se mudou para o Paraná aos quatro anos. Católica, Márcia Huçulak é casada, mãe de Bernardo e “meio mãe”, como costuma dizer, do enteado Guilherme.

Mas a oportunidade bateu à porta e ela foi eleita para a Assembleia Legislativa do Paraná com 75.659 votos, sendo a mais votada entre as mulheres e também na capital, onde obteve 57.368 votos. “Recebi com muita humildade e também com muito orgulho esse desempenho, que reforça ainda mais a responsabilidade de desenvolver um trabalho de qualidade”, completa.

Trabalho que será voltado para a área que mais conhece: a saúde, mas também na proteção e no fortalecimento de políticas para as mulheres. Huçulak pretende estimular a participação feminina em posições de liderança, como a política. “Avançamos, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. A presença de mulheres na política ainda é desproporcional e a visão das mulheres sobre os problemas contribui para uma sociedade mais justa”, observa. Já no quesito saúde, ela tem como bandeiras o reforço à Atenção Primária à Saúde, que é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), qualificando a saúde da população e valorizando uma relação mais preventiva do que reativa; aprimorar o uso dos orçamentos públicos, deixando-os mais racionais, fator importante na área financeira, em que sempre há limitações e ainda, melhorar a legislação em relação às novas tecnologias no setor, como a telemedicina, teleconsulta e o atendimento virtual.

Huçulak se destacou no combate à pandemia de covid-19 como secretária municipal de Saúde de Curitiba. “Trabalhei mais de 30 anos em prol da saúde pública nas três esferas de governo. Implantei muitos projetos que contribuíram para melhorar a assistência e o cuidado das pessoas, mas liderar o enfrentamento à covid-19 em Curitiba foi o maior desafio da minha carreira”, conta.

Carreira

Márcia Huçulak é enfermeira, especialista em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, com mestrado em Planejamento e Financiamento em Saúde pela Universidade de Londres. Começou trabalhando na UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba e, em 1986 entrou para o quadro de servidores da Prefeitura, onde exerceu funções como superintendente de Gestão, coordenadora do Programa Materno-Infantil e diretora de controle, ambas na Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS). Também foi superintendente de Atenção à Saúde e diretora de Planejamento da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA), além de assessora técnica do CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), quando participou da formulação de políticas públicas, como as mudanças que agilizaram as transferências de recursos da União para estados e municípios e os repasses por meta atingida para hospitais. “Como sou movida a desafios, na minha vida profissional fui convidada, em muitas ocasiões, a assumir funções que envolviam começar novos projetos, que aceitei com a determinação de quem busca sempre fazer bem feito e melhorar as coisas”, resume.

Enfrentamento à covid

Como secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak coordenou as ações de prevenção e combate à pandemia de covid-19, a partir de março de 2020. “A pandemia não veio com manual de instruções e tivemos que buscar soluções rápidas”, lembra. “De um lado era preciso controlar a propagação do vírus e tratar os pacientes. De outro, assegurar o funcionamento seguro das atividades da cidade. Em Curitiba, não faltou assistência e fizemos todo o possível para salvar o maior número de pacientes”, diz. Curitiba teve uma das menores taxas de letalidade entre os infectados com covid-19 (1,7%) das capitais. “Caso tivéssemos o desempenho registrado em outras cidades, Curitiba podia ter tido 8 mil mortes a mais”, explica.

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