O procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, recebeu no dia 13 de setembro, terça-feira, visita do secretário de Estado da Fazenda, Renê de Oliveira Garcia Júnior, na sede do MPPR, em Curitiba. O encontro, que tratou de temas interinstitucionais, contou com a presença do coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos do MPPR, procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto.
Durante a visita, o procurador-geral destacou o merecido reconhecimento ao secretário manifestado em coluna da Revista Exame publicada na última semana, que tratou de sua trajetória de vida, bem como da diretora da Instituição Fiscal Permanente do Senado Federal, Vilma da Conceição Pinto. Na publicação, registrou-se que se tratam de dois economistas de renome, que superaram diversos desafios para alcançarem respeitabilidade nacional em suas carreiras. A respeito, Gilberto Giacoia menciona que são “duas destacadas personalidades do mundo econômico, afrodescendentes, um homem e uma mulher, Renê e Vilma, retratos de superação em um país em que domina a desigualdade social e racial, apesar dos avanços institucionais nas últimas três décadas. Mais de perto nos toca a impressionante jornada do mestre Renê, partindo de onde partiu, até chegar hoje à Pasta Econômica do Paraná, responsável pelo equilíbrio orçamentário mesmo em período pandêmico”.
Agradecendo o reconhecimento, o secretário Renê de Oliveira Garcia Júnior aproveitou a ocasião para enfatizar a importância da implementação de ações afirmativas, a fim de que seja possível a construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva e igualitária. “As políticas afirmativas são muito importantes. O preconceito, o racismo e todas as demais formas de discriminação não nascem na sociedade de forma espontânea: elas são cultivadas. Nesse sentido, políticas públicas educativas e inclusivas têm um efeito instrutivo muito forte, pois possibilitam que a população reflita sobre o assunto e de alguma forma contribua para a superação desse cenário de desigualdades”, avalia. O secretário destacou ainda, nesse contexto, a necessidade de fortalecimento do regime democrático: “A democracia tem a função de lançar luz sobre as sombras. Ao contrário do que alguns afirmam, a democracia não é absoluta, ela é relativa, pois sempre é possível ser mais democrático, menos autoritário e mais igualitário, e esse é um dos maiores desafios que o nosso País atualmente enfrenta: a luta por mais equidade e por menos exclusão social e discriminação racial”, pontuou.
Nesse sentido, concluiu o procurador-geral de Justiça: “Ressalta-se que histórias como essa, no caso do secretário Renê, agora definitivamente escrita na terra das araucárias, carregam a marca da superação de tantas gerações vítimas de discriminação que permaneciam nas sombras e no silêncio do retorno de vivas conquistas sociais que teimavam em beneficiar poucos em detrimento de muitos. Por isso mesmo mostram-se exemplos de resistência à passagem de um tempo que não se quer voltar. Matéria, pois, de estreita pertinência com a missão constitucional do Ministério Público.”
O secretário é doutor e mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (EPGE/FGV), bacharel em Administração de Empresas pela EBAPE/FGV e em Economia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com especialização em Mercado de Capitais e Estratégias Operacionais em Derivativos pelo INSEAD de Fontainebleau, na França. Entre outros cargos, já foi secretário de Estado de Controle Geral do Governo do Rio de Janeiro e presidente da Fundação Pró-Coração (Fundacor) e coordenador de projetos e estudos econômicos na Fundação Getúlio Vargas (FGV/Projetos). Também foi professor na Faculdade de Economia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e no Programa de MBA da EPGE/FGV.