Oito fabricantes e distribuidores de laticínios terão que prestar esclarecimentos, ao Ministério da Justiça, se utilizam soro de leite (líquido que sobra no processo de fabricação de queijos) para produzir bebidas lácteas. As empresas foram notificadas no dia 2 de agosto, terça-feira, pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon/MJSP), que também investiga a composição do leite comercializado e o aumento nos preços desses produtos, que chegou a 29,28% nos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com essa medida, o Ministério da Justiça quer, ainda, saber se consumidores têm informações claras sobre a composição dos produtos, os valores nutricionais e o conteúdo dos rótulos. Tudo isso para que o cliente, no ato da compra, não confunda leite com bebida láctea, que é um produto mais barato. Recentemente, publicações na imprensa reportam que consumidores têm feito confusão na hora de diferenciar os dois produtos nas prateleiras dos supermercados e optado pelas bebidas lácteas por um preço mais em conta.
De acordo com o último levantamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, o leite longa vida acumula alta de 29,28% nos últimos 12 meses e de 28,03% somente em 2022.
As empresas têm 10 dias para se justificar à Senacon. Caso tenham que responder a processo administrativo, podem ter de pagar multas de até R$13 milhões se forem condenadas.