por Noelcir Bello
Conhecida por todos como Helena Santana, nossa personagem da semana morava em Guaiporã, distrito de Iporã, no Paraná.
Ainda pequena, veio para Pinhais em 1976, depois de sua família ter sofrido as consequências da geada negra, evento que dizimou muitas plantações de café. Helena ainda mora no mesmo bairro desde que chegou a Pinhais, o Weissópolis.
Aos onze anos já trabalhava como babá e doméstica em casas de família da região, o que fez com que abandonasse os estudos. Aos 18 anos voltou para a escola e concluiu os estudos. É formada em Serviço Social, e foi durante a faculdade que tomou gosto pela arte.
Cursos de artesanato
Helena realizou diversos cursos de artesanato, que compreendiam desde artes com panos de prato, gesso, vidros, biscuit, lembrancinhas para eventos, até cerâmicas. Porém, nossa entrevistada imaginava que a arte era apenas para pessoas ricas, e que ela não conseguiria vender seu trabalho. Nossa personagem, que trabalhou por oito anos vendendo artesanatos em sua loja, em casa, onde também oferecia cursos, revela que o seu maior problema era colocar preço nos produtos que fabricava, além de conseguir vender o seu trabalho e administrar o dinheiro que ganhava.
Casada há 27 anos com outro artista, que trabalha com entalhe em madeira, Helena tem uma filha de onze anos. Ex-funcionária pública, atuou como Conselheira Tutelar na Secretaria de Assistência Social, onde ensinava as pessoas da Melhor Idade a confeccionar artesanato.
Formada em Serviço Social, Helena foi Conselheira Tutelar até 2006. Mas, por se tratar de um trabalho muito estressante, foi sugerido a ela que fizesse pintura em tela ou trabalhasse com plantas, como forma de terapia. Então, em 2006, foi transferida para a Secretaria de Cultura, onde passou a ensinar os alunos do Centro Cultural.
Descoberta de um novo talento
Bastante entusiasmada com a nova fase, participou de uma oficina de pintura no Centro Cultural, evento em que os três primeiros colocados eram premiados com tintas, telas e molduras. A obra vencedora, entre as mais de 60 participantes, foi a intitulada “O MAR”, que ,atualmente, está exposta na casa da artista.
Floricultura
Seguindo as recomendações, começou a trabalhar com plantas. No inicio recolhia as mudas que as pessoas não queriam mais e, ao acumular centenas de plantas, decidiu abrir a sua floricultura. “Em 2014, no dia dos namorados, levei um tremendo prejuízo, já que a Copa do Mundo de Futebol aconteceu no Brasil. As pessoas optaram por presentear com camisetas e lembranças alusivas à Copa”, lembra.
Neste período abandonou completamente a pintura, vendo inclusive algumas de suas telas serem destruídas pela enchente de 2014. Muito triste e desanimada, foi chamada para retornar as aulas de pintura. Foi quando decidiu vender a floricultura, porém continuou a cuidar do estoque para a nova proprietária, por vários meses.
Reconhecimento
Ao ingressar na Cooperativa, Helena passou a dar outro valor a sua arte. E comparando seu trabalho com a de outros artistas percebeu que seu o diferencial está em se aproximar da arte em 3D. Hoje, muito elogiada por seus colegas artistas, ela está muito feliz com o seu trabalho.
Onde encontrar nossa artista
Atualmente, se dedica apenas a pintura e expõe seus quadros no CEART, às quarta-feiras. Encomendas podem ser feitas pelos telefones: (41) 3668.9310 ou (41) 9965.4811.