César Renato Vasques Kulpa: uma história de sucesso frente à Romanha

César Renato Vasques Kulpa: uma história de sucesso frente à Romanha

por Angelo Stroparo

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A partir desta edição, o jornal A Gazeta Cidade de Pinhais dará início à uma série de reportagens que contará a história de alguns dos principais empreendedores da cidade e a trajetória de sucesso de suas empresas, que muito têm contribuído para o desenvolvimento de Pinhais.

Para abrir a série, conversamos com César Renato Vasques Kulpa, diretor da Indústria de Alimentos Romanha, empresa líder no segmento de massas frescas no Paraná.

O homem por trás da Romanha

Em março de 1986, César Renato Vasques Kulpa iniciou sua carreira na empresa de massas fazendo um pouco em cada área. O empresário passou por diversas funções para que, em 1987, assumisse a gestão, assessorado ainda por um gerente. “Na verdade estava com 20 anos. Meu pai me emancipou para que eu pudesse assumir“, lembra.

Gaúcho cultivador das práticas regionais, César Kulpa é apreciador do chimarrão. “O chimarrão é uma coisa que acaba agregando bastante. Eu e meus amigos, quando guris, nos reuníamos no final da tarde, na casa de um ou de outro, pra bater papo, porém, diferente dessa gurizada de hoje – com os ‘tubões’ – nós, tomávamos o chimarrão”, recorda. O empresário frisou que tem o costume de apreciar o chimarrão todo dia de manhã. “Sinto falta do chimarrão. Quando viajo, é a mesma coisa: peguei a estrada, tchê!, posso estar sozinho, posso estar acompanhado, o chimarrão me acompanha”, comenta.

Quem bebe chimarrão sabe: é preciso ter calma e disposição ao ouvir, porque enquanto as pessoas revezam a cuia e apreciam a bebida, não falta conversa. E por que não associar o sucesso de César na direção da Romanha a tal prática? Afinal, tanto nos negócios, como na vida, ouvir as pessoas parece uma ótima opção. Habilidade nos relacionamentos pode muito no dia a dia., como mostra o exemplo a seguir

Mudança para Pinhais

Quando a Indústria Romanha precisou expandir o espaço físico – e a empresa se mudou para Pinhais, foi encontrado o terreno que parecia ideal, no entanto, havia um barranco na frente, que dificultava o acesso, porque deixava a rua em aclive e declive demasiados. César Kulpa foi prático e ágil: procurou alguma autoridade pública. Lá mesmo, na região, encontrou um funcionário da prefeitura que o aconselhou a procurar pelo encarregado de obras (João Costa, já falecido), que estava poucas quadras distante. A aquisição do terreno só seria viabilizada se aquele problema fosse solucionado. “Fui lá e falei com o João – que veio prontamente –, ele tinha uma Brasília, era uma figura!”, lembra. Depois de poucos dias, o negócio estava fechado e a rua plana, trafegável sem maiores dificuldades. Tudo resolvido? Quase…

Sem asfalto, a rua foi coberta apenas com aquela camada de saibro. Como resultado, muita poeira. Isso se tornaria um grande problema para uma indústria de alimentos. César lembra que vários pedidos foram feitos às gestões, que nunca o atenderiam. Até que chegou a gestão do Luizão (Luiz Goularte Alves, atual prefeito de Pinhais). Hoje, com os problemas relacionados à infraestrutura resolvidos, Kulpa se depara com novos desafios: expandir a área física da empresa a fim de aumentar a produção. “Sentimos que não há muita opção. O disponível está muito caro. Veja, esse é um próximo passo, muito importante que teremos que dar num futuro próximo, e que ainda não conseguimos definir”, explica.

Mas, como na Romanha, sob a direção de César Kulpa, os desafios sempre foram superados pela força do trabalho, e pela fé em tal disposição, é de se esperar que no futuro já esteja reservada alguma resolução adequada ao problema. Pois, como assume com humildade o empresário, ”o desenvolvimento da empresa não ocorreu tanto porque eu possuía grande competência administrativa. Na verdade, isso se desenvolveu dando ‘cabeçadas’. Não tinha experiência nenhuma”, esclarece.

Kulpa valoriza as pessoas e sabe a importância da colaboração mútua e do cultivo de parcerias. “Dou muito valor aos que trabalham comigo com respeito, consideração e recompensando o esforço”, diz. Do aprendizado inicial na direção de uma empresa, até o presente, o empresário destaca a presença e atuação do Sr. Heitor Cardoso Ferreira. Ferreira, atualmente, é gerente administrativo, mas exerceu várias atividades na empresa, desde quando a indústria era comandada pelo Sr. Renato Vasques Kulpa, pai de César.

César Kulpa lembra que sempre obteve o apoio de empresários da região. Desse bom relacionamento surgiria a ACIPI (Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Pinhais) – da qual é um dos fundadores e, atualmente, vice-presidente na gestão de Ivaldo Sá Barreto Filho. O Rotary Club de Pinhais, instituição da qual, em meados da década de 1990, Kulpa foi presidente, também é lembrado como importante apoiador.

O empresário enxerga na atividade empresarial um importante promovedor do bem estar social. “Quando viemos para cá, a cidade era vista como ‘município dormitório’, haviam poucas indústrias. Nós acabamos criando muitos empregos”, comenta César, certo da importância do papel social da Romanha em Pinhais; e que ambas, empresa e cidade, cresceram muito, juntas.

E é assim, com humildade – ouvindo as pessoas -, dedicação e muito trabalho, que a Indústria Romanha cresce, se fortalece e, cada vez mais, aumenta a participação no mercado paranaense.

Mas, o quê é a Romanha?

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A Romanha é uma indústria do ramo alimentício, cuja produção é fortemente delineada pelo segmento das massas frescas. É aquele tipo de macarrão, por exemplo, que se encontra nos balcões refrigerados, ao invés das gôndolas comuns, nos mercados. A gama de produtos é bastante ampla: massas frescas recheadas (ravioli e cappelletti), macarrão (spaghetti, taglierini e fettuccini); na linha de congelados, a lasanha (bolonhesa, quatro queijos); e a pizza (calabresa, frango com requeijão e quatro queijos). Além das massas secas, importante ramo no qual a empresa também está presente.

Curitiba e Região Metropolitana constituem a base sólida de mercado da Romanha, atualmente. No entanto, a atuação da indústria tem conquistado espaço de modo gradativo em outras regiões. “É um crescimento de dentro para fora, atendendo os mercados, progressivamente”, explica Kulpa. Com mais de seis mil clientes ativos, o empresário vê com satisfação a expansão dos negócios – que já atinge grandes municípios do Paraná (Londrina, Maringá e Cascavel), Florianópolis e localidades fronteiriças ao estado São Paulo. Hoje, a Romanha está instalada em uma área construída de aproximadamente 4.500 m2, e gera algo em torno de 300 empregos diretos. Em 1990, ocupávamos 1.200 m2, e haviam, mais ou menos, 45 funcionários.

Um pouco da história: início em Pelotas

Toda a história da Romanha começa com o Sr. Adão Kulpa – avô de César – fazendo pasteis no balcão, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Mais tarde, já em Porto Alegre, desenvolvendo um tipo de atendimento às lanchonetes, Sr. Adão daria os primeiros sinais da grande empresa que seguiria sua iniciativa. “Era vendido o pastel pronto, já. Meu avô recheava o pastel, fritava e, depois, os filhos faziam a entrega aos clientes”, conta César.

A maior parte dessas vendas acontecia nas várias lanchonetes da rodoviária. No entanto, “ainda era limitado, né? Meu avô não tinha aquela visão de empreendedor, sabe?”, comenta. Esse início foi na década de 1950. Sr. Adão conduziu os negócios até o final dos anos ´60. O pai de César, Sr. Renato Vasques Kulpa foi quem criou a indústria de massas, propriamente dita. E teve, assim, importante participação nos anos seguintes, até 1986. E é nesse ponto que surge a figura do jovem empresário que conduziria o negócio de família, oriundo do Rio Grande do Sul, à transformação em grande indústria alimentícia paranaense, sediada, hoje, no município de Pinhais.

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