A Prefeitura de Curitiba e a Companhia Paranaense de Energia (Copel) vão trabalhar em conjunto na organização de fios e cabos aéreos instalados nos postes da cidade. A medida, para a segurança da população e a melhoria da paisagem urbana, partiu da inciativa do prefeito Rafael Greca, em conjunto com o diretor-geral da Copel Distribuição, Maximiliano Orfali.
“Nossa ideia é criar um plano de recomposição da fiação e compactação da rede de cabos, de forma que não haja fios soltos colocando a população em risco e poluindo Curitiba”, afirmou Greca em reunião com a equipe da Copel, na terça-feira (3/8).
Aos representantes da companhia de energia, o prefeito apresentou um levantamento, feito pelo município, de uma série de postes com fiação solta.
De acordo com Orfali, a Copel conta com um setor dedicado a fiscalizar e regularizar as estruturas de cabeamento que compartilham os postes de energia.
“Criamos estrutura própria para fazer o acompanhamento e podemos focar onde o município definir que é prioritário”, disse o diretor-geral da Copel Distribuição, Maximiliano Orfali .
A operação de regularização terá início no Centro Histórico, na área de implantação do Projeto Rosto da Cidade, em trechos das ruas Riachuelo, Cândido Lopes, Jaime Reis, Kellers, João Negrão e Marechal Deodoro. Na segunda etapa, os trabalhos irão avançar às estruturais e outras vias importantes da cidade com sobrecarga de cabeamento.
“Vamos iniciar Centro Histórico, depois pelos grandes eixos. Com o tempo, teremos a cidade mais arrumada. Não me incomodo que exista fiação, mas é necessário que haja postura urbana”, reforçou Greca.
A utilização dos postes em todo o país, pelas redes de energia e dados, segue normas definidas pelas agências reguladoras (Anatel), de Telecomunicações, e (Aneel), de energia elétrica.
Os postes são concessões públicas outorgadas à exploração pelas distribuidoras de energia. No caso de Curitiba e do Paraná, a Copel.
A Lei Geral das Telecomunicações (nº 9.472 de 16 de julho de 1997) concede às empresas de telecomunicações o direito de uso compartilhado da infraestrutura de postes. Na configuração de instalação em um poste, a rede de alta-tensão está na parte superior e os cabos de telecomunicações e dados na inferior.
Mapeamento
Nesta quarta-feira (4/8), em reunião no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), técnicos do município e da Copel definiram o mapeamento para o início dos trabalhos fiscalização e regularização dos cabos dos postes da cidade. O cronograma das intervenções ainda será definido.
Coordenada pelo presidente do instituto, Luiz Fernando Jamur, a reunião teve a participação do superintendente de Engenharia Copel, Diego Correa; do gerente do Departamento de Estrutura da Copel Distribuição (DIS), Alfredo Bottini e do gerente da Divisão de Projetos, Fiscalização e Inspeção de Compartilhamento de Estrutura da Copel, Oneil Schlemmer. Por parte do Ippuc, participaram o coordenador do projeto Rosto da Cidade, Mauro Magnabosco, e os arquitetos Carla Frankl e Paulo França.
“A questão que envolve cabos soltos em postes é uma preocupação do prefeito e um problema que tem avançado na cidade nos últimos anos. Vamos definir os endereços prioritários e depois avançaremos a outros setores da cidade em um trabalho conjunto”, ressaltou o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.
Segundo o superintendente de Engenharia da Copel, Diego Correa, em 1º de maio foi criado o Departamento de Compartilhamento de Estrutura da Companhia de Energia. “Anteriormente, o compartilhamento de infraestrutura não tinha um setor dedicado. Hoje, contamos com estrutura e fiscais próprios”, disse.
Pela legislação, a Copel tem que ceder espaços disponíveis nos postes a operadoras de telecom. O limite por poste é de quatro operadoras. Segundo os técnicos da Copel, a sobrecarga e a desorganização do cabeamento se dão, na maioria das vezes, pela utilização do espaço por pequenos provedores de internet de forma clandestina.
No Paraná a Copel tem 712 provedores de internet cadastrados com permissão de compartilhamento da infraestrutura dos postes. Em todo o Estado há cerca de quatro milhões de postes, dos quais cerca de um milhão na capital.
