Amamentação é importante aliada na prevenção do câncer de mama

Amamentação é importante aliada na prevenção do câncer de mama

Movimento Outubro Rosa chama atenção aos cuidados com a saúde da mulher e prevenção de doenças. Estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama diminui de 4,3% a 6% a cada 12 meses de duração da amamentação

Além de ser a maneira mais completa de alimentar um bebê, a amamentação é uma aliada importante para ajudar a prevenir o câncer de mama. O tema foi um dos destaques da cerimônia de lançamento da campanha de 2020 do Outubro Rosa, realizada pelo Ministério da Saúde. O movimento internacional reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

“As mulheres que amamentam têm uma redução do risco do câncer de mama. Há uma proteção no ato, por isso, o Ministério da Saúde incentiva o aleitamento materno precoce iniciado na primeira hora de vida, a chamada hora de ouro”, afirmou o diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES) da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde, Antônio Braga, durante a solenidade.

Estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama diminui de 4,3% a 6% a cada 12 meses de duração da amamentação, de acordo com a Lancet – uma reconhecida publicação científica britânica. Além disso, os atuais índices globais de aleitamento materno previnem quase 20 mil mortes por câncer de mama ao ano. “O mais interessante é que essa proteção independe da idade da mulher, da sua etnia, de quantos filhos já tem, e da presença ou não de menopausa”, afirmou a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno da SAPS, Janini Selva Ginani.

BENEFÍCIOS

A amamentação promove três tipos de mecanismos no corpo da mulher que colaboram com a diminuição de risco. O primeiro está relacionado à exposição hormonal. “No período da amamentação, por um processo natural, a mulher está menos exposta aos hormônios femininos que estão associados ao risco de câncer de mama”, explicou o médico Ronaldo Corrêa, oncologista do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Já o segundo mecanismo acontece quando o bebê suga o leite da mãe e o líquido passa pelos ductos mamários. Essa ação elimina células que sofreram alguma alteração na sua estrutura e que poderiam levar ao aparecimento futuro do câncer de mama. Nesse contexto existe um processo natural de substituição das células mamárias ao final da amamentação, que pode eliminar células modificadas ou com mutações que poderiam levar ao surgimento da doença.

O aumento de proteção causado pela amamentação dura a vida toda da mulher. “É muito importante que a gente apoie, promova e proteja o aleitamento materno para que toda mulher amamente até os dois anos ou mais da criança, sendo de forma exclusiva até os seis meses”, pontuou Janini.

Além da amamentação, outras medidas também diminuem os riscos, como praticar atividade física pelo menos duas vezes na semana, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado e evitar o consumo de bebidas alcoólicas. Saiba mais sobre como prevenir o câncer de mama em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama.

Para incentivar a causa, o Ministério da Saúde, entre diversas outras medidas, realiza uma campanha anual de incentivo à amamentação, com ações mais intensas durante o mês de agosto. Além disso, a pasta mantém uma política de aleitamento materno, na qual capacita os profissionais em todos os âmbitos do Sistema Único de Saúde (SUS) para que a população receba uma assistência de qualidade em amamentação.

CONHEÇA OS SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:

– Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor – presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;

– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;

– Alterações no mamilo;

– Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;

– Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

ATENDIMENTO

O SUS oferta atenção integral à prevenção e ao tratamento do câncer de mama. O controle passa pelo diagnóstico precoce na Atenção Primária à Saúde (posto de saúde) e pelo rastreio mamográfico, quando indicado pelo médico.

É recomendado que mulheres sem sintomas ou sinais de doença com idade entre 50 a 69 anos façam o exame de mamografia a cada dois anos. Ao ser atendida na Unidade Básica de Saúde (UBS), independentemente do motivo da procura, toda mulher nessa faixa etária será abordada para realização da mamografia.

AÇÕES NA PANDEMIA

O Ministério da Saúde elaborou uma nota técnica atualizando orientações sobre o rastreamento do câncer de mama durante a pandemia da Covid-19. Também foram recomendadas ações para a preservação de pacientes, familiares e profissionais, viabilizando os atendimentos de urgência e a manutenção da assistência com segurança àqueles que estão em tratamento.

O Ministério da Saúde também tem reforçado a assistência oncológica na rede pública de saúde por meio do Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (PERSUS) – maior programa público do mundo de entrega de equipamentos de radioterapia. A iniciativa tem objetivo de ampliar e criar novos serviços de radioterapia em hospitais pelo Brasil.

Com o investimento federal de R$ 700 milhões, já foram implantados 24 aceleradores lineares pelo PERSUS. Mais 24 espaços de radioterapia estão previstos para serem concluídos em 2020, além da assinatura de 20 novas ordens de serviços para início de obras. Outros 13 convênios para aquisição de aceleradores estão sendo executados.

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