Na segunda-feira, 10 de agosto, celebrou-se o Dia Internacional da Superdotação. Este é um tema que ainda é desconhecido por muitos, portanto demanda maior visibilidade e conscientização sobre sua importância. As Altas Habilidades/Superdotação, um campo da Educação Especial, requer atendimento educacional especializado com caráter suplementar.
Em Pinhais, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) atende 26 alunos nas Salas de Recursos Multifuncionais para Altas Habilidades/Superdotação localizadas nas Escolas Municipais Felipe Zeni e Antonio Andrade. São atendidos alunos matriculados na rede municipal de ensino desde a Educação Infantil que possuam avaliação comprobatória das AH/SD.
A psicóloga Christianne Oliveira, da Seção de Apoio à Inclusão/Gerência de Educação Especial e Inclusão Educacional, atua no Assessoramento ao Atendimento Educacional Especializado (AEE) para Altas Habilidades/Superdotação, tanto no apoio às famílias, suporte às professoras e também às crianças atendidas. “Temos duas Salas de Recursos Multifuncionais para AH/SD no município, o que é algo raro, quando se trata do AEE a esse público específico. Este tipo de atendimento proporciona experiências que visam o enriquecimento extracurricular do aluno com atividades que comumente não são oferecidas no currículo comum, com fins de determinar e desenvolver os seus talentos”, ressalta.
“Além disso, há o suporte ao professor da classe comum, com o estabelecimento de parceria colaborativa, para que o aluno superdotado possa ter acesso ao desenvolvimento intracurricular, que amplia e aprofunda os conteúdos acadêmicos. Também é ação dos profissionais do AEE para AH/SD a oferta de informações aos professores do ensino regular, para que possamos ter mais efetividade no processo de identificação. Outro aspecto é o apoio às famílias com ações individualizadas e em grupo, promovendo a oferta de informação e de formação aos pais e demais familiares acerca da temática, bem como o aprimoramento de suas práticas educativas”, explica a psicóloga.
De acordo com Christianne, embora o superdotado seja público-alvo da Educação Especial, sua identificação e atendimento são cercados por conclusões equivocadas. “Alguns professores acreditam que, por terem o potencial cognitivo acima da média, estes alunos são “autossuficientes” e não precisam de estimulação alguma. Outro mito é que o superdotado é aquele indivíduo que só tira notas boas e é o “aluno perfeito”. Entretanto, o grupo de pessoas com Altas Habilidades/Superdotação é muito heterogêneo. Os estudos da área identificam dois tipos de superdotação: a acadêmica, que é a que ocorre quando o aluno tem um bom ajuste com o ambiente e os conteúdos escolares, trazendo como consequência boas notas, por exemplo, e a superdotação produtivo-criativa, na qual o indivíduo tem destaque na produção de materiais e respostas originais a problemas da sociedade em que vive, usualmente deslocada dos conteúdos da escola. Esse é o aluno que acaba não sendo identificado de imediato, deixando de ter oportunidades de desenvolver seus potenciais”, salienta.
Segundo Christianne, somente com a promoção de estratégias de divulgação das informações da área e por meio de formações continuadas, será possível popularizar os conceitos inerentes às Altas Habilidades/Superdotação e proporcionar que a pessoa superdotada possa ter acesso à identificação eficiente e aos programas de desenvolvimento. “Apenas com união, informação, formação de qualidade e, sobretudo, dedicação, é que conseguiremos proporcionar o destaque que o superdotado merece e precisa”, conclui Christianne.