“Estamos de luto pelos feminicídios, mas os projetos para mudar essa realidade estão avançando”, diz deputada

“Estamos de luto pelos feminicídios, mas os projetos para mudar essa realidade estão avançando”, diz deputada

Avançamos muito, só o fato de estarmos aqui, hoje, formando uma mesa com mulheres, discutindo este assunto, já é representativo

A partir de agora, as vítimas de violência sexual passam a ter atendimento mais humanizado no Paraná. Os exames de corpo de delito vão ser feitos nos hospitais de referência da região onde moram as pessoas que foram expostas à violência e não mais somente no Instituto Médico Legal (IML). O convênio, que garante este serviço, é resultado de uma parceria entre a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa e o Governo do Paraná e foi assinado na manhã de terça-feira, dia 10, durante a audiência pública “Dia Internacional da Mulher – o que temos a comemorar?”, proposta pelas deputadas Mara Lima (PSC), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia e Cristina Silvestri (CDN), procuradora da Mulher da Assembleia. “É óbvio que estamos de luto por todos os feminicídios que ainda ocorrem no estado, mas temos que comemorar os projetos importantes que estão avançando para mudar essa realidade”, afirmou Mara Lima. Para Cristina Silvestri, esta é mais uma forma de acolhimento às vítimas, principalmente, para quem vive em cidades pequenas. “Pensamos nas mulheres e nas crianças do interior que, muitas vezes, têm de viajar para fazer os testes. Há municípios que ficam a 500 quilômetros do IML, quer dizer, isso pode virar mais um constrangimento naquele momento tão traumático”, explicou.

Depois da assinatura do termo, o encontro, no Plenarinho, seguiu com palestras. A coordenadora geral da Casa da Mulher Brasileira, Sandra Prado, apresentou números: até março de 2019, mil mulheres eram acolhidas mensalmente pela instituição, na capital. De lá para cá, com o reforço da Delegacia da Mulher, instalada no local, mais de 2 mil vítimas são recebidas todos os meses. “Avançamos muito, só o fato de estarmos aqui, hoje, formando uma mesa com mulheres, discutindo este assunto, já é representativo. Mas precisamos fazer mais”, argumentou.

Já a coordenadora do projeto Florescer, da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), Ariane Pereira, trouxe o exemplo do trabalho realizado em Guarapuava, região central do estado. “Precisamos educar nossas crianças, ensiná-las que a violência não é algo natural e para que elas cresçam sabendo disso. Nosso projeto explica isso nas escolas públicas da cidade”, contou a coordenadora.

O deputado Dr. Batista (PMN) reconheceu que cada ação neste sentido é uma conquista. “É a mulher que consegue gerar vidas, que dá segurança a qualquer lar. Precisamos evoluir sempre”.

A deputada Mara Lima finalizou a reunião dizendo que o trabalho minucioso vai continuar. “Acreditamos que com leis específicas, conseguiremos atingir nosso objetivo que é o respeito, a dignidade e a vida à essas mulheres”, concluiu.

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