Em entrevista à A Gazeta Cidade de Pinhais, a secretária municipal de Educação, Andrea Franceschini, salienta o atendimento da quase totalidade das metas do Plano de Governo proposto. Ainda cita o extenso cronograma de obras e reformas nas unidades de ensino, além dos investimentos constantes em formação e qualificação de educadores e gestores das escolas. Reflexos desses investimentos podem ser conferidos nos índices do Ideb-Índice de Desenvolvimento em Educação Básica, um indicador importante de qualidade em educação, no qual Pinhais tem se destacado na Região Metropolitana nos últimos anos.
A Gazeta Cidade de Pinhais: Como a senhora avalia a gestão da SEMED?
Secretária Andrea Franceschini: A oferta de um ensino de qualidade é um princípio de todo o nosso trabalho. Isso vem sendo construído por meio da implementação do Plano Municipal de Educação. De todas as metas, só não atingimos ainda a meta da implantação do Laboratório Científico. Todas as outras metas foram atingidas, em ressonância com o Plano Nacional de Educação. A educação é um direito que deve ser assegurado a todos, e, aqui em Pinhais, trabalhamos para que os alunos adquiram um desenvolvimento pleno por meio de um ensino inclusivo e equitativo.
A Gazeta: Um dos desafios na área de educação é a ampliação da oferta de vagas em Educação Infantil. Como está o atendimento da demanda por vagas nos CMEIs (Centro Municipal de Educação Infantil em Pinhais)?
Secretária Andrea Franceschini: Sem dúvidas, é um desafio constante garantir vagas para crianças de zero a três anos. Temos ampliado as vagas em torno de 30%. Mas, a demanda continua crescendo. O número de nascimentos em Pinhais é expressivo, segundo dados da Maternidade Municipal. De zero a três anos, a meta é atender no mínimo 50% da demanda até 2025. Atualmente, já atendemos 75%. Temos 14 mil alunos na rede municipal de ensino, a partir dos quatro anos de idade. Pois, a Lei 12.796, de 4 de abril de 2013, exige que o poder público garanta o atendimento educacional para crianças a partir dos quatro anos de idade. Essa alteração na legislação estabeleceu que municípios e estados se adequassem à regra até 2016. Pinhais saiu na frente e, desde 2014, a Secretaria tem garantido vagas para todas as crianças a partir dessa faixa etária.
A Gazeta: A gestão atual se propõe a dar continuidade ao trabalho feito nas duas gestões anteriores. Como isso tem se refletido na gestão?
Secretária Andrea Franceschini: Essa continuidade representa a manutenção do que já foi feito e novos investimentos. Isso se reflete, por exemplo, nos números do Ideb (Índice de Desenvolvimento em Educação Básica). Em 2019, Pinhais ficou em primeiro lugar entre quinze municípios da Região Metropolitana. Trabalhamos para melhorar constantemente a qualidade na educação municipal. Isso significa atuar na absorção do conhecimento pelos alunos e focar na formação dos educadores. Também, fizemos um chamamento de concurso para contratação de 60 novos professores para integrar a rede municipal de ensino. O Cenforpe – espaço da prefeitura para abrigar cursos de formação e qualificação dos professores, é outro destaque. Investimos em formação e qualificação, o que é muito importante para que traga resultados em qualidade. Realizamos todo um conjunto de ações, entre investimentos em estrutura, reformas de escolas, materiais didáticos para os alunos, materiais de apoio, salas de informática. Todas as escolas possuem laboratório de informática com acesso à internet. O foco é ampliar esse acesso, trocar equipamentos, a exemplo da instalação da TV interativa.
A Gazeta: Entre os investimentos em obras e reformas nas unidades de ensino, o que a senhora destaca?
Secretária Andrea Franceschini: Atualmente, a Escola João Leopoldo Jacomel passa por uma ampla reforma, desde piso, forro, até a parte elétrica. Também, está prevista a reforma da Escola Severino Massignan, do piso do bloco administrativo, além da construção de um novo bloco com oitos salas de aula e um banheiro. Na Escola Municipal Marins de Souza, há reforma na quadra de esportes, troca de piso nas salas de aula e instalação de prateleiras na cozinha. Outra escola que recebe reforma é a Escola Municipal Aroldo de Freitas, com reforma geral e a construção de um novo bloco para o refeitório. Uma ampla reforma está sendo finalizada na Escola Municipal João Leal, em um investimento de cerca de R$ 488 mil em uma área de mais de 700 m2. Outras reformas se destacam: nos CMEIs Tarsila do Amaral e Monteiro Lobato, e ainda na Escola Municipal Guilherme Ceolin, a partir da construção de muros. Nas quadras poliesportivas, há reformas nas escolas Antônio Andrade, José Brunetti, Antônio Alceu Zielonka e 31 de Março. Passam por pintura total os CMEIs Helena Kolody, Cora Coralina e Chafic Smaka.
A Gazeta: A oferta de Educação em Tempo Integral, em que o aluno permanece no período da manhã e tarde, é uma das marcas da gestão do então prefeito Luizão Goulart. Como está a oferta das escolas integrais, atualmente?
Secretária Andrea Franceschini: Temos seis unidades: as escolas 31 de Março, Antônio Alceu Zielonka, Antônio Andrade, Aroldo de Freitas, Candido Portinari e Poty Lazzarotto, totalizando 46 turmas e 1.297 vagas. E iremos inaugurar a sétima escola em 2020, no Weissópolis. A obra está quase pronta. Deverá ser inaugurada em março. As escolas integrais atendem os alunos das 8 horas da manhã às 5 horas da tarde, a partir dos cinco anos até o 5º ano. Além do currículo das disciplinas comuns, há o currículo complementar, com aulas de xadrez, karatê, balé, e outros, ao longo do dia.
A Gazeta: Em relação à Educação Especial, como é a abordagem na rede municipal de ensino?
Secretária Andrea Franceschini: Temos muitos alunos autistas, por exemplo. E Pinhais é referência no atendimento ao aluno especial. Tanto que há pessoas transferindo a matrícula de outros municípios para cá, a fim de que seus filhos recebam esse atendimento profissional especializado. Nossos educadores acompanham esse aluno de forma muito abrangente, inclusive, com a criação de rodas de conversa à noite, trazendo toda a família para participar do processo. É muito gratificante ver os bons resultados dessa abordagem, desde a sala de aula, com a presença de um professor de apoio, até o relacionamento com os pais.
A Gazeta: Entre as iniciativas de sucesso, está o Cursinho Pré-Vestibular Mais Pinhais. Como funciona esse curso e quais os resultados?
Secretária Andrea Franceschini: Foi criado em 2009, no primeiro ano da gestão do Luizão, tendo beneficiado milhares de alunos que conquistaram uma vaga em diversas instituições de ensino. No último dia 17 de fevereiro, mais uma turma iniciou as aulas, com 130 estudantes. Desenvolvemos esse projeto em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, com o objetivo de preparar os alunos para o ENEM e para os vestibulares das principais faculdades do país. É totalmente gratuito aos alunos e atende exclusivamente moradores do município. Em 2019, cerca de 28% dos alunos foram aprovados em vestibulares. Somente na UFPR foram 23 alunos aprovados em 16 cursos: Engenharia Civil, Engenharia Química, Engenharia Mecânica, Direito, Ciências Contábeis, Publicidade e Propaganda, Geografia, entre outros. E também tivemos alunos aprovados no IFPR, em Processos Gerenciais e Gestão da Tecnologia da Informação. Participam do cursinho alunos que estão cursando o 3º ano do Ensino Médio ou que já o concluíram, e também os que cursam o 4º ano do Ensino Técnico. A prova seletiva foi realizada em janeiro. O Cursinho Mais Pinhais disponibiliza aulas no período noturno, de segunda a sexta-feira.
A Gazeta: Quais cursos de formação e qualificação destacam-se no Cenforpe?
Secretária Andrea Franceschini: Um deles, iniciou em 30 de janeiro, um curso de formação de gestores para diretores de escolas e CEMEIs. O evento contou com a participação de 50 servidores das 43 unidades da rede municipal de ensino e da Secretaria de Educação. A formação será promovida em doze encontros mensais ao longo do ano, com carga horária de 52 horas. O foco é trabalhar a questão do Direito Educacional para que os profissionais saibam o se se pode fazer dentro da legalidade. O curso será ministrado por Ângela Mendonça, pedagoga, formada em Direito, com especialização em Direito Educacional. Neste primeiro encontro, foi abordado o tema: “Desafio da Educação na Contemporaneidade: a dimensão jurídica da prática pedagógica”. Essa formação de gestores já acontece há alguns anos em Pinhais. O tema desse ano trata de um assunto muito importante, porque quando você trabalha com crianças e atende a comunidade, o profissional tem de estar por dentro do que é permitido por lei e o que não é. Para sempre fazermos o melhor pela criança dentro da legalidade.
Também há a formação continuada ‘Proficiência’, aos profissionais da rede municipal, que acontece antes do início de cada semestre. Nesta edição, no início de fevereiro, tratou de questões da área e discutiu a Base Nacional Comum Curricular. A formação contou com a presença de professores, educadores, pedagogos, secretários e demais profissionais da rede municipal de ensino, com participação de 1.100 pessoas, divididos em duas turmas nos períodos da manhã e tarde.
A Gazeta: A Secretaria também oferece o transporte escolar. A quem é destinado esse serviço?
Secretária Andrea Franceschini: São 705 alunos beneficiados da rede municipal e estadual. O transporte atende alunos do ensino regular, da educação especial, das salas de recursos: auditivo, visual e altas habilidades. Mais informações podem ser obtidas por meio do telefone da Gerência de Frotas e Transporte Escolar: 3912.5402.
A Gazeta: Como é a Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Pinhais?
Secretária Andrea Franceschini: É ofertada a pessoas com 15 anos ou mais, que não concluíram do 1º ao 5º ano (antiga 4ª série), ou que ainda não são alfabetizadas. Nas unidades de Pinhais são atendidos em torno de 200 alunos jovens, adultos e idosos por ano.