O perigo das “Fake News”

O perigo das “Fake News”

por Marcelo Rosa

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Nos últimos dias, este tema vem tomando conta das redes sociais e também da grande mídia. Vale destacar a criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das “Fake News”, que ouviu na quarta-feira, 19/02, os sócios-proprietários da empresa Yacows, Flávia Alves e Lindolfo Antônio Alves Neto. A empresa de marketing digital é suspeita por envolvimento em disparos de mensagens nas eleições de 2018.

O depoimento de Hans River do Rio Nascimento foi também amplamente noticiado devido a ofensas machistas contra a repórter de Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello. O depoente afirmou que a jornalista “queria sair” com ele em troca de informações para uma reportagem. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez coro à acusação e disse não duvidar que Patrícia “possa ter se insinuado sexualmente”.

E o que são FAKE NEWS?

Com este grande avanço da tecnologia, hoje temos todo o tipo de informação na palma da mão. Através de dispositivos móveis e computadores, acessamos notícias, redes sociais, endereços e muito mais, de qualquer lugar. Temos acesso a qualquer informação que desejarmos com apenas alguns cliques. Segundo o We Are Social e Hootsuite, já existem mais de 4 bilhões de pessoas utilizando a internet.

Quando pensamos em “Fake News”, normalmente relacionamos com algo parecido com boatos ou fofocas. Mas não é bem assim. As “Fake News” são um conteúdo deliberadamente falso, que se passa por uma notícia verdadeira e é distribuído em rede social com o intuito de gerar benefício, seja ele econômico, político ou social para algum grupo, desde pessoas envolvidas em grupos políticos até grupos de cibercriminosos. Segundo uma pesquisa da Universidade de São Paulo, o maior vetor de notícias falsas é o WhatsApp, e mais especificamente, grupos de família, empresa e outras comunidades. Como é um aplicativo de mensagens privadas e não tem caráter público, é difícil rastrear as “Fake News” espalhadas ali e avaliar seu alcance.

Notícias falsas são hospedadas em sites que, embora pareçam inofensivos para os visitantes, têm a capacidade de ocultar programas maliciosos (também conhecidos como Malwares) à vista, ocultando códigos perigosos em seu conteúdo.

Consequências de falsas acusações

Em 2016, no período perto das eleições americanas, foi divulgada uma notícia alegando que Hillary Clinton fazia parte de um círculo de tráfico de crianças que ficavam dentro de uma pizzaria. Por causa disso, um atirador carregando um fuzil entrou nessa loja de pizzas em Washington. Ele supostamente queria “auto-investigar” o relatório sobre Clinton. Felizmente, ninguém foi ferido ou morto. Nesse caso, estamos falando do que citamos anteriormente sobre o pensamento confirmatório que temos hoje em dia. Em condições normais, esse atirador provavelmente não teria acreditado em um esquema de tráfico de crianças dentro de uma pizzaria envolvendo Hillary Clinton.

Como não cair nas Fake News?

Vamos ser conscientes, notícias falsas se espalham porque as pessoas querem compartilhar informações com suas redes sociais rapidamente.

Antes de compartilhar um link, sempre reserve um tempo para revisá-lo. Veja se a pessoa que escreveu o artigo ou publicação realmente tem propriedade para falar daquilo ou até se a pessoa realmente existe.

Verifique se a notícia não possui tom alarmante. Normalmente, quem cria essas páginas quer que você realmente acesse e compartilhe, então serão utilizados termos de indução psicológica, com tom de urgência como “Atenção!” ou “Cuidado!”

Uma forma de atiçar a nossa curiosidade para clicar em links falsos é através de mensagens com tom de urgência, por exemplo: “Atenção! Político X é preso”, “Sequestro de criança”. Verifique a data da publicação. Nem todas as manchetes são necessariamente falsas. Algumas notícias do passado podem funcionar como “Fake News” por descontextualizar um fato que aconteceu há anos e que pode já ter mudado.

Compartilhe com responsabilidade. Por mais que isso possa parecer um pouco chato, você é um influenciador dentro de sua própria rede social. Isso não significa que você não vai mais poder compartilhar as coisas, calma! Eleve seu pensamento crítico um nível acima. Saia do lugar comum.

Publique ou compartilhe histórias que você sabe que são verdadeiras, de fontes que você sabe que são responsáveis. E se você tiver amigos no Facebook que acham que as “Fake News” são reais, converse com eles. Ah, e não esqueça de avisar para aquela sua tia que manda várias correntes no grupo da família.

Vamos dar um basta em notícias falsas. Este ano teremos eleições e, sendo assim, cuidado com as “Fake News” em sua cidade. Quem não tem propostas vai querer denegrir a concorrência com “Fake News”.

Marcelo Rosa – Ouvidor

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