Assim como Renan Calheiros (PMDB-AL), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está em lista do Supremo
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou estar “absolutamente tranquilo” após seu nome ter sido incluído na lista de políticos que supostamente receberam dinheiro que vieram de negócios irregulares encontrados na operação Lava Jato.
Cunha disse, no entanto, esperar “que não sejam investigações de natureza política”.
— Não vejo nenhum problema. Ninguém está imune a nenhuma investigação. Que seja investigado tudo aquilo que se propõem a investigar. Mas espero que não sejam investigações de natureza política. Efetivamente já sofri nesse processo, em alguns momentos, até na disputa à presidência da Câmara, momentos constrangedores de alopragem, com divulgações de fatos inverídicos. Estou absolutamente tranquilo. Não tenho a temer qualquer tipo de investigação. E também não aceito que uma medida se torne verdade, como essa comunicação falsa que circulou.
A lista foi entregue na terça-feira (3) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Teori Zavascki, do STF, deve deferir ou indeferir os pedidos de abertura de inquérito até esta sexta-feira (6), quando também tornará o conteúdo oficialmente público.
O peemedebista afirmou ainda que, por enquanto, a notícia sobre a presença do nome dele na lista é “especulação” e que uma eventual investigação “não causa nenhum problema”. Cunha disse que a suposta investigação não tem impacto no andamento dos trabalhos na Câmara.
— Não recebi qualquer informação de quem quer que seja. E não comento especulação. Só desminto a notícia que está publicada. Se existe, desconheço. Até agora o impacto na Câmara é nenhum. Só há expectativa ou bochicho. Por enquanto isso [a especulação sobre a lista] não causa nenhum problema.
Michel Temer
Cunha desmentiu ainda que o vice-presidente da República, Michel Temer, tenha informado ele e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre a presença na lista entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal).
— Não seria o vice-presidente que teria de me comunicar um assunto dessa natureza. O vice-presidente não é assistente do presidente da Câmara para receber e passar informação. Seria diminuir o papel do vice-presidente da República no nosso País. Só posso rir disso. É uma piada.
Lista de políticos
A lista com 54 nomes chegou ao gabinete do ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo, na noite do dia 3. Na relação, constam políticos e agentes públicos.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, além de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, a lista também deve incluir políticos como os senadores Fernando Collor de Melo (PTB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os deputados Valdir Raupp (PMDB-RO) e Nelson Meurer (PP-PR). O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), também está cotado para estar na relação.