Os números do câncer de próstata no Brasil são alarmantes. Em 2014, a estimativa do Instituo Nacional do Câncer, (INCA) aponta para, aproximadamente, 69 mil novos casos. A cada seis homens, um é diagnosticado com a doença, representando um novo caso a cada 7,6 minutos.
Segundo o médico urologista, especialista do Centro Médico São José, de Cerquilho (SP), Dr. Otávio Moreira, o diagnóstico precoce da doença é essencial para o aumento das chances de cura. “No estágio inicial, a doença pode demorar a se manifestar. Depois do aparecimento dos sintomas, mais de 95% dos casos já se encontram em fase avançada”, alerta Dr. Otávio.
Em estágio avançado, a doença leva o paciente a ter dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga, hematúria (presença de sangue na urina), dor nas costas ocasionada pela presença de metástases e, nos casos mais graves, infecção generalizada e insuficiência renal.
O diagnóstico da doença é realizado por meio do exame de toque retal (ou de próstata, como é conhecido), que permite ao médico perceber qualquer anomalia na parede da próstata. Em seguida, o especialista recomenda o exame de dosagem do Antígeno Prostático Específico, o PSA, que é feito por meio de coleta de sangue. Caso sejam encontradas alterações, é realizada uma biópsia, para indicar, ou não, a presença de tumor.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens de pele negra (mais propensos a desenvolver o câncer de próstata), obesos ou que tenham histórico familiar da doença, realizem, anualmente, o exame a partir dos 45 anos. Para os demais, a idade recomendada é a partir dos 50. “Esta prática está relacionada à diminuição de cerca de 20% da mortalidade pela doença, segundo estudos científicos”, afirma Dr. Otávio.
Ao contrário das mulheres que procuram regularmente o ginecologista para a realização de exames preventivos, os homens, na sua maioria, por medo ou receio, não fazem as visitas periódicas ao urologista. De acordo com Dr. Otávio, as visitas anuais são importantes, não apenas para a realização do exame de toque retal, mas também para uma triagem completa da saúde do paciente, em que, por meio de exames simples, como o de sangue, por exemplo, pode diagnosticar outras doenças, como o diabetes ou a pressão alta.
O exame de toque retal é de extrema importância para o diagnóstico da doença, pois, em alguns casos, o especialista encontra uma anormalidade por meio do toque, mas o exame de PSA não detecta o problema. “Cerca de 10 a 20% dos casos não são detectados pela dosagem de PSA no sangue”, frisa Dr. Otávio.
“O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em 90%. Na fase inicial, quando as chances de cura são maiores, não há qualquer sintoma. Por itso, a importância dos exames”, finaliza Dr. Otávio Moreira.