Para o secretário de Saúde do Município, Brasílio Vicente de Castro Filho, que esteve presente no evento, o trabalho começa com a capacitação dos agentes e profissionais da saúde e deve se estender a toda a população.
“O treinamento com os diretores, coordenadores e chefes de divisão dos diversos Departamentos da Saúde visou orientar como identificar a doença, seus sintomas e, de acordo com o estado do paciente, aonde encaminhá-lo. Esta formação feita desde a semana passada procurou também descrever como é o ambiente propício para a disseminação da doença e como instruir a população para ajudar no combate à dengue no Município”, disse Brasílio.
A programação municipal contra a doença foi motivada pelo Dia Nacional de Combate à Dengue, que aconteceu no último dia 23. Segundo o chefe de Divisão de Saúde Ambiental do Município, Luis Henrique Becker, na semana passada foram realizados encontros de formação nos diversos Departamentos da Secretaria de Saúde, bem como com empresas; e, nesta semana, o foco é a integração dos Departamentos para que possa combater a doença com um olhar amplo e interativo. “Na semana passada trabalhamos por seguimentos, tanto com os diversos Departamentos e agentes comunitários da Secretaria de Saúde, quanto com os empresários e proprietários de locais de risco de disseminação do mosquito no Município. Agora objetivamos trabalhar com o diálogo e a integração dos setores, para que cada um saiba seu papel e seja co-responsável com a função do outro”, falou Becker.
De acordo com a engenheira ambiental da Divisão de Saúde de São José dos Pinhais, Caroline Gribogi, não existem casos registrados de pacientes oriundos do Município que adquiriram a doença, mas a presença do vírus faz com que continue o trabalho de prevenção e combate à dengue. “Dos 60 casos notificados aqui, só dois foram confirmados, sendo estes de pessoas que vieram de outras localidades. Contudo, é importante o trabalho de prevenção. Se alguma pessoa suspeitar que tem a doença, procure o quanto antes um médico. Já sobre a possibilidade de um local ser o disseminador da doença, faça a denúncia à Ouvidoria da Secretaria da Saúde pelo número (41) 3381-6368 ou (41) 3381-6373”, destaca.
Sobre a doença
O vírus da dengue é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, comum em áreas tropicais e subtropicais, sendo assim propensa a sua disseminação nas cidades da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), como São José dos Pinhais. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 a 100 milhões de pessoas são infectadas pela doença em mais de 100 países no mundo. Dessas, 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil acabam morrendo.
Existem quatro tipos de dengue. São os de sorotipo DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. No Brasil existem três.
A doença é transmitida no ser humano por meio da picada do mosquito com o vírus. Os sintomas se manifestam normalmente do 3º ao 15º dia, período conhecido como incubação. Já o tempo médio de duração da doença é de cinco a seis dias. Os sintomas aparecem depois do período de incubação. Nos casos mais graves ela se evolui como hemorrágica e a síndrome de choque, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial.
A maior forma de prevenção da doença é a quebra do ciclo reprodutor do mosquito, que prefere água parada e limpa para se reproduzir. Por isso a conscientização da população em atuar no combate a focos de procriação da larva do mosquito, como o acúmulo de água em pneus velhos e vasos de flores e folhagem.
Sintomas
Os sintomas da doença variam se ela é dengue clássica ou hemorrágica. Os sintomas mais comuns da forma clássica são: febre alta com início súbito, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda do apetite, náuseas e vômitos, tonturas, extremo cansaço, manchas na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores, moleza e dor no corpo, ossos e articulações.
No caso da hemorrágica, os sintomas no início são os mesmos da clássica. Contudo, eles se agravam quando passa o período de febre. O paciente manifesta dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, pele pálida, fria e úmida, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, sonolência, agitação e confusão mental, sede excessiva e boca seca, pulso rápido e fraco, dificuldade respiratória e perda de consciência.