Dona Sirlei e Seu Aleixo, trinta e sete anos de um grande amor
Já adulta, foi trabalhar em uma fábrica de brinquedos localizada em Piraquara, município onde conheceu seu Aleixo Adamoski, um piraquarense.
Se conheceram em 20 de julho de 1975. Na época, ambos tinham namorados, porém decidiram romper seus relacionamentos e ficar juntos. Namoraram por dois anos. Em 10 dezembro de 1977, se casaram na Igreja Matriz de Piraquara.
Em Pinhais, ajudaram na criação do bairro Palmital. Na época, só existiam outras duas casas no bairro. A casa fora construída por seu Aleixo. Não havia rua, era um banhado no meio do campo.
A água para consumo era proveniente de um poço próprio, inclusive fornecida também aos seus vizinhos. “A energia existia somente nas casas, e a rua era uma escuridão total”, comenta Sirlei.
Após o casamento, ela passou apenas a cuidar da casa e seu Aleixo, como carpinteiro, rodava toda a região construindo casas. Tiveram três filhos e um neto. Hoje, já aposentado, Aleixo se dedica à horta e às flores do quintal, que chamam a atenção de tão lindas. Sempre em ambiente e clima familiar, primeiro cuidaram da mãe dele e agora ajudam a cuidar do pai dela.
Antes da construção da Igreja, o Pároco Levino rezava as missas nas casas. O dinheiro para a compra do terreno da Igreja foi conseguido na Alemanha. Na esquina da atual Igreja, fizeram uma reunião em uma mesa, a mesma que levavam para as celebrações, juntamente com Dona Terezinha Ferrari e seu falecido esposo Ivo, Dona Daria, Dona Davina, Eva, entre outros. Só então realizaram a primeira festa, preparando o quentão em um tonel, pois tudo que tinham era o terreno.
O Pároco da época era Levino Bleger, que os apoiou muito. Com a realização desta festa, compraram a madeira e, em um enorme mutirão, construíram a Igreja. Tiveram que fazer um tablado para Dom Pedro Fedalto rezar a sua primeira missa no local.
Naquele tempo, o casal fazia compras no mercado São Remo, localizado na Avenida Iraí, uma vez por mês. Quando faltava alguma coisa, corriam até a mercearia do Bello, que ficava perto de casa. “Aqui, onde hoje é Pinhais, não havia posto de saúde, cartório, nada. Registramos nossos filhos lá em Curitiba. As coisas foram acontecendo aos poucos. A grande diferença mesmo se deu depois do atual prefeito, o Luizão. Melhorou muito nos últimos seis anos. Sinto saudades da época em que as crianças brincavam na rua, em segurança. As pessoas conversavam mais. Hoje, parecem estar muito inseguras. Sinto saudades dos vizinhos queridos que já faleceram”, comenta Sirlei.
Seu Aleixo construiu muitos haras e casas em Quatro Barras, Piraquara e Tijucas do Sul. Ele sempre foi de bicicleta até Piraquara para trabalhar. Quando ia trabalhar em Tijucas, passava a semana fora de casa. Dona Sirlei ficava em casa sozinha e não tinha medo, pois não havia perigo. Quando casaram, o dinheiro da gravata deu apenas para comprar um rádio de pilha e uma batedeira de bolo.
Depois quando as coisas melhoraram, compraram um Televisor preto e branco. “Passamos sim por dificuldades, mas com amor e carinho, sobrevivemos a tudo. Nossos problemas de família sempre solucionamos dentro de casa. Fidelidade é o principal na vida. Com confiança, amor e muito respeito, só pode dar certo. Por isso, estamos sempre felizes juntos, cuidando um do outro. Este é nosso segredo”, completam Seu Aleixo e Dona Sirlei.