A radiação da soldagem queima mais rapidamente e com maior intensidade do que o sol
A Secretaria de Saúde de Pinhais, por meio da equipe da Seção de Vigilância em Saúde do Trabalhador, alerta a população para o número de acidentes de trabalho por queimadura ocular por meio de solda, ocorridos no município, de acordo com levantamento de dados do WinSaúde (sistema de informações que tem como objetivo ser uma ferramenta de apoio aos sistemas municipais de saúde pública).
Dos acidentes de trabalho por queimaduras oculares, a maior parte foi causada por radiação de soldagem, os outros foram por queimaduras oculares com a presença de corpo estranho no olho. Todos os casos estão relacionados ao trabalho com solda.
Em alerta, a Seção de Saúde do Trabalhador informa que, de acordo com estudos, a radiação da soldagem queima mais rapidamente e com maior intensidade do que o sol. Os respingos de solda e as projeções de fagulhas que são lançados por diferentes ângulos também são fontes perigosas de queimaduras.
Segundo os profissionais da Saúde do Trabalhador os sintomas da queimadura ocular por radiação de soldagem são os seguintes: dor ocular moderada a severa; sensação de corpo estranho; olho vermelho e lacrimejamento; fotofobia e/ou visão borrada. Esses sintomas costumam aparecer de 6 a 12 horas após a exposição e geralmente atingem os dois olhos.
Dar a devida importância ao acidente e buscar o atendimento médico é fundamental, pois a utilização de colírio para alívio dos sintomas é um procedimento que deve ser feito apenas por profissionais especializados, uma vez que o uso incorreto, ou em excesso, pode ocasionar problemas graves à visão.
Por sua vez, a queimadura ocular térmica com presença de corpo estranho (fagulha em olho) tem como sintomas: sensação de “cisco no olho”, lacrimejamento e olho vermelho. Nesses casos, é importante a consulta com profissional médico para que seja removido o corpo estranho e a prescrição de medicação. Caso não seja removido em tempo, o mesmo provoca processo inflamatório local e pode levar a sérias infecções secundárias.
Todos esses acidentes poderiam ser evitados com o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para cada tipo de trabalho. Existem ainda casos de reincidência, onde um mesmo trabalhador sofreu o acidente mais de uma vez. Isso mostra que empregadores, e às vezes os próprios trabalhadores, consideram esse acidente comum, alguns até o tratam de forma banal.
Os profissionais da Saúde do Trabalhador ressaltam que nenhum acidente de trabalho pode ser considerado inerente à ocupação, uma vez que podem ser evitados. Entre as ocupações relacionadas aos acidentados, além de soldadores e serralheiros, são os profissionais da construção civil, como pedreiros, pintores e eletricistas, auxiliares de serviços gerais e mecânicos.
A realidade que traz preocupação nesse contexto é que muitos dos acidentados trabalham de maneira informal, ou seja, são autônomos que trabalham sem carteira assinada.
Orientações aos Trabalhadores
– Em caso de acidente, procure atendimento médico, não se automedique. A automedicação pode trazer prejuízos à saúde dos olhos e jamais utilize fórmulas caseiras;
– Para cortar, goivar (retirar a solda entre dois materiais) ou soldar é obrigatório o uso de máscara com lente adequada ou dispositivo de opacidade adequado ao processo;
– Nunca, em hipótese alguma, levantar a máscara de solda antes do fim do processo de soldagem;
– Usar sempre óculos de segurança por baixo da máscara de solda;
– Usar como EPI o respirador adequado para os fumos metálicos da solda;
– O empregador tem obrigação de fornecer, treinar, exigir e fiscalizar o uso dos EPI’s e EPC’s (Equipamentos de Proteção Coletiva) adequados para realização do trabalho;
– O trabalhador autônomo é o responsável pela aquisição dos seus equipamentos de proteção;
– Siga sempre as normas de segurança.
