Campanha 2019 tem foco nas crianças para influenciar pais a adotarem comportamento seguro. No Paraná foram 2.338 óbitos em 2018
Começou oficialmente na quinta-feira (2), em todo o Paraná, a campanha Maio Amarelo, que visa diminuir o número de acidentes no trânsito e preservar a vida. Este ano, o tema é “Maio Amarelo – no trânsito, o sentido é a vida”, e apela para o poder das crianças em influenciar o comportamento dos pais. O vice-governador Darci Piana participou do lançamento, realizado no auditório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Curitiba.
A conduta responsável busca diminuir a taxa de mortalidade no Estado, que é de 20,65% – foram 2.338 óbitos em 2018, segundo o Detran-Paraná. “Temos números de mortes superiores a países que vivem em guerra. Precisamos tratar disso com responsabilidade de Estado”, disse o vice-governador Piana.
“A população precisa ter a consciência de que muito dinheiro que se gasta com acidentes de trânsito poderia ser usado de outras maneiras pela saúde”, afirmou ele. “Todos nós, motoristas, pedestres, ciclistas, precisamos fazer o nosso papel, pensar sempre na conscientização. E que ela venha com os nossos filhos e netos. Que o pai entenda quando o filho avisa que ele está correndo muito”, reforçou.
AÇÕES
A campanha envolve o Comitê Trânsito Seguro, que reúne Detran-Paraná, Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), Polícia Rodoviária Estadual (BPRV), PRF, secretarias municipais de trânsito e o Observatório Nacional de Segurança Viária.
No Paraná haverá palestras, blitzes educativas e fiscalização em todos os municípios. O cronograma prevê ainda atividades por áreas específicas – pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas. As ações se encerrarão com o 7º Fórum de Mobilidade Urbana, nos dias 30 e 31, no Parque Barigui, em Curitiba.
IMPRUDÊNCIA
De acordo com o Ministério da Saúde, foram registradas 37.345 mortes por acidentes de trânsito em 2016 no país, última contagem fechada pelo órgão. Segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de 60% dos leitos hospitalares são ocupados por vítimas do trânsito. “Ninguém sai de casa pensando em matar ou morrer no trânsito. Tudo é a imprudência. Precisamos ter sensibilidade para melhorar”, afirma Cesar Kogut, diretor do Detran-PR.
No Paraná, o número de acidente de trânsito com morte caiu 8% em 2018, com relação ao mesmo período de 2017, passando de 2.547 para 2.338. A preocupação, porém, está em relação aos ciclistas e motociclistas, ambos com aumento de óbitos. Entre as motos, esse número cresceu 3% de 2017 (659) para 2018 (680). Nas bicicletas, saltou 47% – de 98 para 144.
CRIANÇAS
O foco do Maio Amarelo 2019 são as crianças, como formadoras de opinião. O Detran usará a televisão e as mídias sociais para chegar à população com recados importantes e conselhos dos pequenos para os pais. Como por exemplo, “pai, atenda o celular depois da viagem” ou “não pode passar pelo sinal vermelho”.
“A criança é o canal mais forte com a família. É ela que pode fazer com que todos mudem o comportamento”, disse Mauro Gil, vice-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária.
“Em Curitiba temos cerca de 15 acidentes por dia com feridos, uma morte por semana. É preciso pensar na melhor convivência entre carros e pedestres, fazer uma reflexão sobre o trânsito moderno”, acrescentou o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Péricles de Matos.
Secretaria da Saúde do Paraná participa com o Programa Vida no Trânsito
A Secretaria da Saúde do Paraná participa do movimento Maio Amarelo por meio do Programa Vida no Trânsito (PVT), voltado para a vigilância e prevenção de acidentes em todo o Brasil. O Estado é referência nacional neste programa, com o envolvimento de 12 municípios: Curitiba, Foz do Iguaçu, São José dos Pinhais, Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão, Londrina, Maringá, Paranaguá, Paranavaí, Ponta Grossa e Toledo. Na maioria dos estados a participação se restringe à capital.
No Paraná, as ações do Programa Vida no Trânsito 2019 focam os acidentes com motocicletas. Estão sendo realizadas, desde o mês passado, blitz educativas e palestras com a participação de sindicatos de motoboys e grupos de motociclistas organizados. O tema é “Ágil, porém frágil”.
“A ideia é chamar a atenção para o perigo desse meio de transporte, que embora seja econômico, ágil e funcional, é também extremamente frágil, ocasionando a perda de muitas vidas”, explicou Tânia Mascarenhas, da Secretaria Estadual da Saúde e coordenadora do PVT.
A Comissão Estadual Intersetorial de Prevenção de Acidentes e Segurança no Trânsito do Paraná, que reúne dados de diversos bancos que registram óbitos e acidentes de trânsito, aponta que em 2018 houve redução de 5,5% no número de mortes por acidentes de transporte terrestre (ATT) nos municípios participantes do PVT.