Nos dois setores o desempenho no Estado foi superior ao do Brasil, que teve queda de 4,1% no setor de serviços e de 0,1% no comércio
Os setores de comércio e serviços já dão sinais de retomada no Paraná e de que começam a deixar a crise econômica para trás. As empresas de serviços aumentaram seus negócios em 3,5% no primeiro semestre na comparação com mesmo período do ano passado. Foi o segundo melhor resultado do País, atrás apenas do Mato Grosso (3,9%). Em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o avanço foi de 7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta quarta-feira (16) pelo IBGE.
O comércio do Paraná, por sua vez, aumentou as vendas em 2,1% nos primeiros seis meses na comparação com o mesmo período do ano passado. Em junho, em relação ao mesmo mês de 2016, houve aumento de 4,4%, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE), divulgada na terça-feira (15).
Nos dois setores o desempenho no Paraná foi bem superior ao do Brasil, que teve queda de 4,1% no setor de serviços e de 0,1% no comércio no primeiro semestre.
A combinação da melhora do mercado de trabalho, com a redução das taxas de juros e a liberação do dinheiro das contas inativas do FGTS ajuda a explicar a melhora dos indicadores do comércio e dos serviços. “Mas acredito que, dentre esses três fatores, é a renda do trabalho que está fazendo a diferença no Paraná”, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social.
Ele ressalta que a melhora no mercado de trabalho impulsiona a renda e o consumo, e ajuda a movimentar as vendas do comércio e dos serviços. Depois de patinar no ano passado, o mercado de trabalho no Estado vem em franca recuperação. De janeiro a julho, o Estado criou 24 mil empregos formais, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). As vagas foram abertas principalmente na indústria e dos serviços.
MELHORA NA ECONOMIA
Suzuki Júnior lembra que os setores de comércio e serviços são conhecidos por serem os últimos a entrar em recessão e também por serem os últimos a sair dela. “Por isso, essa melhora consistente dos números no Estado é tão importante. É um indicativo de que o pior da crise já passou e que esses dois setores devem impulsionar o crescimento da economia paranaense no semestre”, afirma ele. Juntos, comércio e serviços respondem por 65% do Produto Interno Bruto (PIB).
SETORES
De acordo com Suzuki Júnior, a demanda doméstica vem reagindo, o que ajuda a explicar, por exemplo, o crescimento nos serviços prestados às famílias, que cresceram 10,7% no primeiro semestre.
Impulsionados pela boa safra agrícola, serviços de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios tiveram alta de 11,4% no semestre na comparação com mesmo período do ano passado.
Serviços profissionais, administrativos e complementares – como contadores, advogados e arquitetos, dentre outros – tiveram avanço de 4%. As atividades prestadoras de informação e comunicação tiveram queda de 4%. “Nesse caso, o desempenho é influenciado pelos cortes nos orçamentos das famílias com a crise, que cancelaram ou reduziram pacotes de serviços como conexão de internet, telefone e de canais de TV”, diz Suzuki Júnior.
No comércio, os destaques no semestre foram a alta de 16,6% na venda de combustíveis e lubrificantes; de 1,2% das vendas em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas; e de 17,7% na venda de equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação.