Ministro da Fazenda explicou que gastos com Previdência tiram espaço de outras despesas, como investimentos em infraesturutra
Durante evento do Banco Mundial, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil só conseguirá aumentar os investimentos em infraestrutura se fizer a reforma da Previdência. “No curto prazo, não há como aumentar rapidamente o investimento público dado o forte crescimento da despesa com Previdência”, observou.
Em sua palestra, o ministro explicou que as despesas primárias tomam um espaço cada vez maior do Orçamento. E, segundo ele, a maior parte desses gastos é com Previdência. Meirelles relatou, ainda, que 54% da despesa primária de 2016 foi direcionada para o sistema previdenciário
Os investimentos, em contraponto, têm um espaço reduzido. No ano passado, eles chegaram a 1% do PIB. No curto prazo, será preciso a participação do setor privado para recuperar o investimento. “O Brasil enfrenta claramente, agora, o desafio da Previdência Social”, ponderou.
Meirelles também fez uma avaliação sobre o desempenho econômico do País que, na sua visão, começa a dar sinais claros de retomada. “No primeiro trimestre, o Brasil já deu indicações ao governo em uma taxa bastante relevante”, disse. “Esperamos cerca de 0,7% ou 0,8% de crescimento da economia no primeiro trimestre”, emendou.
Emprego 2017
O ministro da Fazenda disse que o emprego deverá voltar a crescer no País no segundo semestre de 2017. Segundo Meirelles, a melhora da economia será sentida antes disso pela indústria, que aumentará as vendas e voltará a contratar.
“O emprego demora um pouco mais, acontece historicamente em qualquer lugar do mundo. As empresas começam a recuperar, começam a vender mais, começar a usar mais intensamente a força de trabalho e, depois, no devido tempo, começam a contratar”, argumentou.