Especialista em Direito da Saúde defende nova forma de gestão para evitar cortes de recursos no setor

Especialista em Direito da Saúde defende nova forma de gestão para evitar cortes de recursos no setor

A manifestação do especialista, durante a sessão plenária, atendeu a uma proposição do deputado Luiz Claudio Romanelli

As consequências de um possível corte de recursos orçamentários na área da saúde e ponderações sobre como a tecnologia pode ajudar a desenvolver ações preventivas no setor foram os temas da apresentação feita pelo advogado David Castro Stacciarini no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, na segunda-feira (12). A manifestação do especialista, durante a sessão plenária, atendeu a uma proposição do deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), líder do Governo.

“David Castro Stacciarini é um advogado especialista na área da saúde que realizou cursos no exterior, participou de debates na ONU, na Organização Mundial da Saúde. Ele discute esse tema de uma forma muito objetiva e vem aqui para fazer uma alerta sobre o uso da tecnologia nessa área e também para abordar a problemática do corte no orçamento que lhe é destinado”, ressaltou Romanelli.

Stacciarini defende uma revisão dos gastos com saúde no Brasil, mas demonstrou preocupação com uma possível alteração constitucional que pudesse acabar com o percentual mínimo definido para investimentos na área. “Eu acredito que é necessária uma reforma profunda no setor de saúde. Há gastos excessivos. No entanto, há o receio por determinados programas que são essenciais para manter a ordem e a estabilidade da saúde de uma sociedade, como o programa de prevenção ao HIV ou políticas de combate ao mosquito transmissor da malária ou da dengue. Uma vez cortado isso, não sei o que poderia acontecer”.

Stacciarini usou como exemplo a experiência de dois países. Na Grécia, o corte de recursos no setor teve impacto direto na economia do país, que enfrentou vários surtos de doenças em meio à crise financeira e logo depois de receber uma edição dos Jogos Olímpicos. Já a Islândia optou por manter os investimentos em saúde mesmo com as dificuldades financeiras enfrentadas. O país recuperou-se economicamente e recebeu da Organização das Nações Unidas (ONU) o título de um dos países com a população mais feliz do mundo.

Segundo o advogado, uma mudança de gestão e investimentos em prevenção seriam suficientes para que o País superasse o período de crise sem impactar a saúde pública. “Nós conseguimos trabalhar com o orçamento que temos hoje. É possível melhorar infinitamente nosso sistema de saúde, criar um sistema preventivo, orgânico, que possibilite mais o trabalho entre o médico e o paciente. Não há necessidade de aumentar os gastos da área da saúde, mas precisamos trabalhar com uma gestão mais correta, transparente e coerente”.

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