quarta-feira, 24 de abril de 2024
Richa anuncia vacinação contra dengue para 500 mil pessoas, em 30 municípios

Richa anuncia vacinação contra dengue para 500 mil pessoas, em 30 municípios

Foto: Pedro Ribas/ANPr

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O Governo do Estado investirá R$ 50 milhões na aquisição da vacina.

O governador Beto Richa lançou nesta terça-feira (26) a campanha de vacinação contra a dengue no Paraná e anunciou que 500 mil pessoas serão imunizadas nos 30 municípios com maior circulação viral da doença. A vacinação começa dia 13 de agosto. O Paraná é o primeiro das Américas a fazer uma campanha pública contra a dengue.

Na solenidade, realizada em Paranaguá, com a presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governador assinou protocolo com a empresa francesa fabricante da vacina, a Sanofi Pasteur, para a aquisição das 500 mil doses. Já no lançamento da campanha, dez pessoas foram vacinadas.

A meta é vacinar pelo menos 80% do público alvo. No Dia D da campanha, em 13 de agosto (sábado), os postos de saúde ficarão abertos durante todo o dia. A campanha segue por três semanas, até 31 de agosto, nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios contemplados.

“Lançamos a primeira campanha pública de vacinação contra a dengue das Américas, graças ao esforço da nossa Secretaria da Saúde, que tem demonstrado muita competência e qualificação em suas ações. Além da vacina, lançamos também testes multiplex para diagnóstico da dengue, zika e chikungunya”, disse o governador.

A previsão é que a vacina seja aplicada em três doses, com um intervalo de seis meses entre cada aplicação. Além desta primeira etapa, em agosto, haverá ainda novas campanhas em fevereiro de 2017 e agosto de 2017. Segundo o governador, a vacinação deste ano terá impacto efetivo no próximo verão, visto que a primeira dose já concede proteção à doença, evitando assim novas epidemias. “Temos ações concretas que vão ao encontro do interesse da nossa população. Investimos aqui R$ 50 milhões para aquisição dessas doses, mas é importante destacar os prejuízos diretos e indiretos gerados pela dengue. Foram mais de R$ 330 milhões de prejuízo com a epidemia, com mobilização do Estado para atender as famílias atingidas, pessoas hospitalizadas e compra de equipamentos, além do impacto indireto na economia afastando turistas e pessoas que deixaram de trabalhar. Não é gasto, é um investimento que fazemos na saúde pública para proteger nossa população”, afirmou Richa.

O governador destacou que o Paraná tem capacidade técnica e infraestrutura adequada para incorporar uma vacina nova no sistema público. “Somos um dos melhores sistemas públicos de saúde do País e nossas campanhas de vacinação alcançam as melhores coberturas. Tudo isso nos credencia a inovar para avançar no controle da doença no Estado”.

DIFERENCIADA

O ministro Ricardo Barros enalteceu a decisão do Governo do Paraná. “O Governo do Paraná inicia a vacinação, com seus próprios recursos, o que certamente protegerá a população do Estado de forma diferenciada”, afirmou Barros. Ele explicou que, por enquanto, não há previsão orçamentária e nem autorização da Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias para o SUS (Conitec) para incorporação da vacina pelo Ministério da Saúde. “Combater o mosquito Aedes aegypti é prioridade do Ministério. A população que não descanse no combate ao mosquito, que transmite outras doenças, além da dengue”, afirmou ele.

AUMENTOU TRÊS VEZES

A decisão de vacinar a população é uma estratégia a mais para controlar a dengue no Paraná e não substitui os cuidados necessários para o combate ao mosquito Aedes aegypti. O repasse de recursos do Governo do Estado para o controle do mosquito transmissor da dengue já atingiu mais de R$ 120 milhões, sem, no entanto, evitar novas epidemias da doença.

A incidência de dengue no Paraná aumentou três vezes de 2013 a 2015. Em relação ao último período epidemiológico (agosto de 2015 a julho de 2016), o número de casos de dengue cresceu 55%. Mais de 80% da população do Estado, cerca de 9 milhões de pessoas, vive em áreas com circulação viral.

“Com a incorporação da vacina em municípios epidêmicos, será possível diminuir a circulação viral de dengue no Estado, protegendo indiretamente também as pessoas não imunizadas”, explica o secretário de Estado da Saúde em exercício, Sezifredo Paz.

O vice-presidente da Sanofi Pasteur, Guillaume Leroy, garantiu que a vacina é segura e eficaz. “Tivemos 20 anos de pesquisa com um conjunto robusto de estudos que mostram que a vacina Dengvaxia proporciona proteção de 93% contra a dengue grave e reduz em 80% as internações pela doença. É uma ferramenta testada e com efetividade comprovada”, relatou.

Ele explicou que para o desenvolvimento da vacina e comprovação de sua segurança e eficácia, a empresa trabalhou com 40 mil pacientes, em dez países, incluindo o Brasil. “A Sanofi tem visão de interesse público para essa vacina. Implantamos uma planta de produção nova na França. Hoje temos vários milhões de doses disponíveis”, informou.

TECPAR

O Paraná também vai ampliar sua participação na disponibilização da vacina ao País por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). As primeiras 500 mil doses estão sendo adquiridas pela Secretaria de Estado da Saúde em compra direta com a empresa. As novas etapas da campanha (2ª e 3ª doses) serão importadas através do Tecpar, numa parceria estabelecida para a disponibilização da vacina contra a dengue no País. “A parceria com o laboratório francês Sanofi Pasteur é fruto de uma cooperação mais ampla, que envolve outras tecnologias de interesse do país, do instituto e do laboratório”, diz o presidente do Tecpar, Julio Félix.

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